tag:blogger.com,1999:blog-9853849159243372372024-03-19T01:02:09.240-07:00HISTORIALeonel Dengohttp://www.blogger.com/profile/16232987446850009978noreply@blogger.comBlogger7125tag:blogger.com,1999:blog-985384915924337237.post-15459048540878994602009-04-30T02:23:00.000-07:002009-04-30T03:36:01.305-07:00BEM VINDO<span style="font-size:180%;color:#000099;">Bem vindo ao blog de história da Escola secundária Joaquim Chissano, nós a equipe do blog, esperamos que o caro estudante explore o máximo a matéria postada.<br />Abraços</span>Leonel Dengohttp://www.blogger.com/profile/16232987446850009978noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-985384915924337237.post-91890973449705122662009-04-30T02:22:00.003-07:002009-05-19T02:08:20.982-07:00TEXTO DE APOIO 11ª CLASSE, POR Dr.CHIVURE<div align="center"><br /><br /><span style="font-size:180%;"><strong>TEXTO DE APOIO, 11ª CLASSE: Da Historiografia Antiga á Historiografia Romana</strong></span></div><p><strong><span style="font-size:180%;"></span></strong> </p><p><br /><strong>Historiografia Antiga</strong><br />1.1 <strong>O surgimento da escritas e sua importância<br /></strong>Quando surgiu a escrita, os sacerdotes procuraram fixar por escrito o legado religioso que até aí tinham conservado e transmitido através da via oral. Assim foi possível fixar as mais antigas cosmogonias. Além do legado religioso, a memória de antigos heroísmos guerreiros, foi também objecto de fixação escrita. E assim puderam escapar ao esquecimento ou ás alterações da tradição oral, algumas das mais antigas produções cosmogónicas e épicas.<br /><strong>1.2 Cosmogonias e Mitografias</strong><br />As Cosmogonias contam-se entre as primeiras tentativas pré-científicas de explicação da formação do universo. Nessa explicação, não intervêm apenas elementos naturais. Intervêm também elementos sobre naturais.<br />A Mitografia, também está ligada ao elemento sobrenatural, e constitui as primeiras tentativas pré-científicas de explicação de fenómenos naturais, sociais, económicos, políticos e até culturais. Os Mitos destinguem-se em Mitos da primeira e Mitos da segunda água. Os primeiros são de origem colectiva e os outros se devem aos mitógrafos do templo ou do palácio de todos os tempos.<br /><br /><strong>A Historiografia Judaica<br /></strong>A historiografia Judaica antiga alimenta-se de uma obra (a Bíblia) de vários géneros literários: poesia, história e direito.<br /><strong>2.1 Importância da Bíblia</strong><br />Pela natureza e quantidade dos temas nela abordados, a Bíblia constitui uma verdadeira literatura nacional do povo judaico e uma preciosa fonte de informação acerca da sua história, assim como da história dos povos do Próximo Oriente, com os quais os Judeus estiveram em contacto ( Caldeus, Egípcios, Fenícios, Assírios, Persas, etc);<br />Na falta de outras fontes a Bíblia foi, até ao primeiro quartel do século XIX, a principal fonte de informação acerca da história do Próximo Oriente Antigo;<br />O facto de ser o livro sagrado de católicos, protestantes e cristãos ortodoxos, conferiu ao conteúdo da Bíblia uma credibilidade quase universal e serviu de instrumento de unidade entre os Judeus e entre outros povos;<br /><strong>2.2 A queda da Bíblia como única fonte da História do Oriente Antigo<br /></strong>Com a decifração das antigas escritas egípcias e cuneiformes, no século XIX, a Bíblia passou a um segundo plano, como fonte histórica das civilizações referidas, não só pela abundância como também pela antiguidade e credibilidade das novas fontes.<br />Além disso, veio a beneficiar a interpretação histórica da própria Bíblia. A partir desta altura, as histórias egípcias e mesopotâmicas, passaram a fornecer subsídios preciosos para o conhecimento da História dos judeus. Versões bíblicas como as do Éden, do Deflúvio e da Torre de Babel encontravam-se já documentadas na literatura Suméria, cerca de 1500 anos mais antiga, o que veio facilitar a distinção entre matéria histórica e matéria mítica.<br />2.3 Divisão entre o Poder Real e o Poder Temporal<br />Havia entre os Judeus duas formas de poder – o espiritual e o temporal - , representados pelo Sumo-Sacerdote e pelo Rei. A relação entre estes dois poderes caracterizava-se ora pela aliança, ora pela rivalidade, ora pela supremacia de um sobre o outro. Os objectivos destes dois poderes eram contraditórios: enquanto os objectivos da classe sacerdotal consistam em preservar a identidade dos judeus, velando ferozmente pela pureza doutrinária da sua religião, o objectivo da realeza consistia em alargar o seu domínio territorial, integrando politicamente as populações vencidas. Simplesmente, essa integração implicava a admissão no mesmo panteão nacional dos deuses dos vencidos.<br />Funcionando como instrumento dos objectivos da classe sacerdotal, a Bíblia conservou um carácter exclusivista que é, simultaneamente de defesa de uma ortodoxia – a tradição Mosaica – e de ataque a tudo o que lhe seja estranho. Símbolo desse exclusivismo é a velha máxima Bíblica: “amarás o teu próximo, mas aborrecerás teu inimigo.” E inimigo, para o judeu, era todo aquele que não fosse Judeu.<br />2.4 Características da Historiografia Judaica<br />O que fundamentalmente caracteriza a Historiografia Judaica é a sua incapacidade em aceder a uma concepção universalista do homem. Tudo se passa como se a História da nação Judaica fosse o contexto da História Universal.;<br />Historiografia do século XIX (Romantismo, Positivismo, Historicismo, Materialismo - Histórico)<br /><br /><strong>1. Romantismo</strong><br />Contexto: Surge em contestação à ideia do Iluminismo, segundo a qual a Idade Média foi um período obscuro, de escuridão e sem nenhum avanço científico. Desta forma, a época de barbarismo e superstição da Idade Média, torna-se inteligível, sendo possível ver a totalidade da História humana.<br /> Características:<br />Olha para o passado com simpatia e procura encontrar nele a expressão de realizações humanas, genuínas e válidas;<br />O passado passa a ser contemplado como representando uma forma de sociedade com um valor próprio, um valor que o desenvolvimento da civilização fez desaparecer;<br />Encontra um valor e um interesse, positivos, em civilizações muito diferentes em relação à sua época;<br />Cultiva-se o gosto pelo passado, mas concebendo a história como um progresso;<br />Considera os estágios do passado da história como responsáveis pela ordem do presente. E, desta forma, a Idade média responsável pela preparação do Iluminismo;<br />Olhavam para o passado com simpatia e admiração;<br />O âmbito do pensamento histórico foi alargado, começando os historiadores a pensar em toda a história do homem.<br /><br /><strong>Precursores:</strong> Herder, Rousseau, Kant, Schiller, Hegel.<br />Rousseau, filho do Iluminismo, através da reinterpretação dos princípios do iluminismo veio a ser o pai do movimento romântico. Tendo chegado à conclusão de que os governantes nada mais poderiam dar ao povo além daquilo que o próprio povo estava disposto a aceitar. Rousseau considera importante o déspota iluminado da concepção de Voltaire, a menos que houvesse um povo iluminado.<br /><br /><br /><strong>2. Positivismo<br /></strong><br />Conceito: Doutrina filosófica que vigorou no século XIX, considerada filosofia ao serviço das ciências da natureza, por considerar todas as filosofias da história, como tratando-se de especulações sem fundamento. Para o positivismo, todas as áreas do saber que não podem usar os métodos das ciências da natureza para alcançar a verdade não podem ser consideradas ciências.<br />Contexto: Para o positivismo, as ciências da natureza consistiam em duas coisas: determinar os factos e estabelecer as leis. Segundo este princípio, a determinação dos factos era apenas a primeira fase dum processo, cuja segunda fase era a descoberta das leis.<br />Ora, em história é difícil, se não mesmo impossível determinar as leis do funcionamento da sociedade, como se determina as leis da física ou da Matemática. Por esta razão, os positivistas consideraram a história, que só podia determinar os factos, não científica. Desta forma, os factos trazidos à luz pela história passaram a não ter interesse – crise da história como ciência.<br />Foi nesta situação que Augusto Comte exigiu que os factos fossem usados como matéria prima de alguma coisa mais importante e mais genuinamente interessante do que eles mesmos. Aceitando este princípio, Comte propôs que se formasse uma nova ciência chamada sociologia, que principiaria por descobrir os factos respeitantes à vida humana, descobrindo posteriormente as conexões causais entre estes factos. O primeiro trabalho, seria dos historiadores e, o segundo, do sociólogo. Deste modo, o sociólogo seria uma espécie de super-historiador, fazendo ascender a história à categoria de ciência.<br /><strong><br />Características:</strong><br />Esta concepção teve como resultado:<br />O processo histórico passa a ser considerado como idêntico ao processo natural, por isso, os métodos das ciências da natureza eram aplicáveis à interpretação da história;<br />A tarefa do historiador passa ser determinar os factos usando o método crítico;<br />Aumento da história pormenorizada, baseada do exame cuidadoso e crítico das provas;<br />O ideal da história universal foi posto de lado, como um sonho vão, e o ideal da literatura histórica transformou-se em monografia;<br />O campo total do historicamente cognoscível foi fragmentado numa infinidade de factos diminutos, sendo cada um deles considerado separadamente;<br />O ponto de vista do historiador é eliminado, não podendo emitir qualquer juízo sobre os factos, devia dizer apenas o que eram.<br /><br /><strong>3. Historicismo<br /></strong>Conceito: é uma doutrina filosófica dos fins do século XIX para se revoltar contra o positivismo, que afirmava serem as ciências da natureza, as únicas com um conhecimento que existia ou que podia existir sempre. Esta revolta constitui uma tentativa de defender a história como uma forma de conhecimento distinta das ciências e, contudo, legitimamente válida.<br />Contexto:<br />O termo Historicismo foi empregue pela primeira vez em 1880, pelo professor K. Werner, no seu livro. Ele dividiu o Historicismo em duas formas:<br />Historicismo filosófico, que se resume na afirmação de que vida e a realidade são história e não mais do que história – os fenómenos sociais e humanos só são inteligíveis quando enquadrados nessa categoria.<br />Historicismo epistemológico – metodológico: recusa-se a ser directamente uma concepção do mundo e pretende apenas afirmar-se contra o naturalismo, é a favor da especificidade das ciências humanas e da história.<br />Características: <br /> Do historicismo dogmático:<br />· Procura sistematizar dogmaticamente, tal como providência, o progresso ou a luta de classes e pretende mesmo explicar o futuro com base nesta situação;<br />· Tende a relativizar tudo, sob o pretexto de que a história não fornece qualquer certeza ou verdade.<br /><br /><strong>Do historicismo epistemológico:</strong><br />O estudo das realidades sociais não pode deixar de ser histórico, isto é, de ter em conta o desenvolvimento histórico do povo particular a que respeitam;<br />Além de descrever os factos a história passa, também, a emitir juízos de beleza, bondade, utilidade, etc.<br />Consideram o facto histórico algo irrepetível<br />Defendem a relatividade da história, uma vez que o verdadeiro, o belo e o bom não são eternos.<br /><br />Precursores: K. Werner, R.G. Coolingwood, W. Puchta, G. Hugo, W. Dilthey<br /><br /><strong>4. O Materialismo<br /></strong>Contexto:<br />Surge por volta de 1848, fruto da conjuntura europeia marcada por:<br />Expansão da primeira revolução industrial e do capitalismo;<br />Triunfo dos movimentos nacionalistas dos ideais autonomistas dos povos do sindicalismo;<br />É desenvolvida por Marx, em oposição ao pensamento de Hegel. Enquanto para Hegel era a lógica que determinava o modelo seguido história, limitando-se a natureza a determinar o ambiente em que a história se manifesta. Para Marx, a natureza era mais do que o ambiente da história, era a fonte de que brotava o seu modelo. Para ele, não adiantava traçar modelos a partir da lógica. Era a preferível traçar modelos a partir do mundo da natureza.<br />Estes pressupostos conduzem a uma nova concepção da evolução da evolução histórica, cujas premissas seriam as seguintes:<br />· A história das sociedades humanas revela uma sucessão de modos de produção: esclavagismo, feudalismo e capitalismo;<br />· No seio da estrutura de cada modo de produção, a estrutura económica impõe-se à super estrutura jurídica, política e ideológica, embora haja acções e reações de todos esses factores. Numa perspectiva materialista a história é globalizante<br />· A passagem de um modo de produção ao seguinte é suscitada pela oposição, contradição existente – dialéctica, força motora da história;<br />· Do processo histórico extrai-se leis da evolução que permitem prever o futuro da humanidade: eliminação da burguesia pelo proletariado e estabelecimento de uma sociedade sem classes, sem Estado, em que o homem alcançará a liberdade.<br />Precursores: Karl Marx e Frederich Engels </p><div align="center"><br /><br /><br /><br /></div>Leonel Dengohttp://www.blogger.com/profile/16232987446850009978noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-985384915924337237.post-20777797917281944562009-04-30T02:22:00.001-07:002009-04-30T03:35:21.751-07:00HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIcAjifZAU4jxigEtvACESh_dgFtXUDEneFbSq-G6DBMYriK46MNpgHnH0dfaePfzW_wSgzjJ74KThPZ85pBHmXEDea-8IlJJsg6Mu-eu5dh1bfym3bFB6vCmOxclknPDhApCu5Vds3DbU/s1600-h/Moçambique_mapa.gif"><span style="color:#000000;"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5330423485747178418" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 252px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIcAjifZAU4jxigEtvACESh_dgFtXUDEneFbSq-G6DBMYriK46MNpgHnH0dfaePfzW_wSgzjJ74KThPZ85pBHmXEDea-8IlJJsg6Mu-eu5dh1bfym3bFB6vCmOxclknPDhApCu5Vds3DbU/s400/Mo%25C3%25A7ambique_mapa.gif" border="0" /></span></a><span style="color:#000000;"><br /><br /></span><div><u></u><br /><a class="image" title="Mapa de Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Moçambique_mapa.gif"></a><br /><a class="internal" title="Ampliar" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Moçambique_mapa.gif"></a><br /><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#ff0000;">Moçambique</span></a><span style="color:#000000;"> é um país da </span><a title="África Austral" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãfrica_Austral"><span style="color:#ff0000;">África Austral</span></a><span style="color:#000000;">, situado na costa do </span><a title="Oceano Índico" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Ãndico"><span style="color:#000000;">Oceano Índico</span></a><span style="color:#000000;">, com cerca de 20 milhões de habitantes (2004). Foi uma </span><a title="Colónia (história)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colónia_(história)"><span style="color:#000000;">colónia</span></a><span style="color:#000000;"> </span><a title="Portugal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal"><span style="color:#000000;">portuguesa</span></a><span style="color:#000000;">, que se tornou independente em </span><a class="mw-redirect" title="25 de Junho" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_Junho"><span style="color:#000000;">25 de Junho</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="1975" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1975"><span style="color:#000000;">1975</span></a><span style="color:#000000;">.<br />A história de Moçambique encontra-se documentada pelo menos a partir do </span><a title="Século X" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_X"><span style="color:#000000;">século X</span></a><span style="color:#000000;">, quando um estudioso viajante árabe, </span><a title="Al-Masudi" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Al-Masudi"><span style="color:#000000;">Al-Masudi</span></a><span style="color:#000000;"> descreveu uma importante actividade comercial entre as nações da região do </span><a title="Golfo Pérsico" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_Pérsico"><span style="color:#000000;">Golfo Pérsico</span></a><span style="color:#000000;"> e os "Zanj" (os </span><a title="Negro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Negro"><span style="color:#000000;">negros</span></a><span style="color:#000000;">) da "Bilad as </span><a title="Sofala" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sofala"><span style="color:#000000;">Sofala</span></a><span style="color:#000000;">", que incluía grande parte da costa norte e centro do actual Moçambique.<br />No entanto, vários achados arqueológicos permitem caracterizar a "pré-história" de Moçambique (antes da escrita) por muitos séculos antes. Provavelmente o evento mais importante dessa pré-história terá sido a fixação nesta região dos povos </span><a class="mw-redirect" title="Bantu" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bantu"><span style="color:#000000;">bantu</span></a><span style="color:#000000;"> que, não só eram </span><a title="Agricultura" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura"><span style="color:#000000;">agricultores</span></a><span style="color:#000000;">, mas introduziram aqui a </span><a title="Metalurgia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Metalurgia"><span style="color:#000000;">metalurgia</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Ferro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro"><span style="color:#000000;">ferro</span></a><span style="color:#000000;">, entre os séculos </span><a title="Século I" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_I"><span style="color:#000000;">I</span></a><span style="color:#000000;"> a </span><a title="Século IV" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_IV"><span style="color:#000000;">IV</span></a><span style="color:#000000;">.<br />A penetração portuguesa em Moçambique, iniciada no início do </span><a title="Século XVI" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XVI"><span style="color:#000000;">século XVI</span></a><span style="color:#000000;">, só em 1885 – com a partilha de África pelas potências europeias durante a </span><a title="Conferência de Berlim" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Conferência_de_Berlim"><span style="color:#000000;">Conferência de Berlim</span></a><span style="color:#000000;"> – se transformou numa ocupação militar, ou seja, na submissão total dos </span><a title="Estado" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado"><span style="color:#000000;">estados</span></a><span style="color:#000000;"> ali existentes, que levou, nos inícios do </span><a title="Século XX" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XX"><span style="color:#000000;">século XX</span></a><span style="color:#000000;"> a uma verdadeira administração colonial.<br />Depois de uma guerra de libertação que durou cerca de 10 anos, Moçambique tornou-se independente em 25 de Junho de 1975.</span></div><br /><br /><div><span style="color:#000000;"></span></div><br /><br /><div><span style="color:#000000;"><strong>Primeiros habitantes de Moçambique<br /></strong>Os primeiros habitantes de </span><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">Moçambique</span></a><span style="color:#000000;"> foram provavelmente os </span><a title="Khoisan" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Khoisan"><span style="color:#000000;">Khoisan</span></a><span style="color:#000000;">, que eram caçadores-recolectores. Há cerca de 10.000 anos a costa de Moçambique já tinha o perfil aproximado do que apresenta hoje em dia: uma costa baixa, cortada por planícies de aluvião e parcialmente separada do </span><a title="Oceano Índico" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Ãndico"><span style="color:#000000;">Oceano Índico</span></a><span style="color:#000000;"> por um cordão de dunas. Esta configuração confere à região uma grande fertilidade, ostentando ainda hoje grandes extensões de </span><a title="Savana" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Savana"><span style="color:#000000;">savana</span></a><span style="color:#000000;"> onde polulam muitos animais indígenas. Havia portanto condições para a fixação de povos caçadores-recolectores e até de agricultores.<br />Nos séculos </span><a title="Século I" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_I"><span style="color:#000000;">I</span></a><span style="color:#000000;"> a </span><a title="Século IV" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_IV"><span style="color:#000000;">IV</span></a><span style="color:#000000;">, a região começou a ser invadida pelos </span><a class="mw-redirect" title="Bantu" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bantu"><span style="color:#000000;">Bantu</span></a><span style="color:#000000;"> (ver </span><a title="Expansão bantu" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Expansão_bantu"><span style="color:#000000;">expansão bantu</span></a><span style="color:#000000;">), que eram agricultores e já conheciam a </span><a title="Metalurgia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Metalurgia"><span style="color:#000000;">metalurgia</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Ferro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro"><span style="color:#000000;">ferro</span></a><span style="color:#000000;">. A base da </span><a title="Economia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia"><span style="color:#000000;">economia</span></a><span style="color:#000000;"> dos Bantu era a </span><a title="Agricultura" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura"><span style="color:#000000;">agricultura</span></a><span style="color:#000000;">, principalmente de cereais locais, como a mapira (</span><a title="Sorgo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sorgo"><span style="color:#000000;">sorgo</span></a><span style="color:#000000;">) e a </span><a title="Mexoeira" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mexoeira"><span style="color:#000000;">mexoeira</span></a><span style="color:#000000;">; a </span><a title="Olaria" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Olaria"><span style="color:#000000;">olaria</span></a><span style="color:#000000;">, </span><a title="Tecelagem" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecelagem"><span style="color:#000000;">tecelagem</span></a><span style="color:#000000;"> e metalurgia encontravam-se também desenvolvidas, mas naquela época a </span><a class="mw-redirect" title="Manufactura" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Manufactura"><span style="color:#000000;">manufactura</span></a><span style="color:#000000;"> destinava-se a suprir as necessidades familiares e o </span><a title="Comércio" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Comércio"><span style="color:#000000;">comércio</span></a><span style="color:#000000;"> era efectuado por troca directa. Por essa razão, a estrutura social era bastante simples - baseada na "família alargada" (ou </span><a title="Linhagem" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Linhagem"><span style="color:#000000;">linhagem</span></a><span style="color:#000000;">) à qual era reconhecido um chefe. Os nomes destas linhagens nas línguas locais são, entre outros: em </span><a class="mw-redirect" title="EMakua" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/EMakua"><span style="color:#000000;">eMakua</span></a><span style="color:#000000;">, o Nlocko, em </span><a class="mw-redirect" title="CiYao" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/CiYao"><span style="color:#000000;">ciYao</span></a><span style="color:#000000;">, Liwele, em </span><a class="new" title="CiChewa (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=CiChewa&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">ciChewa</span></a><span style="color:#000000;">, Pfuko e em </span><a class="mw-redirect" title="ChiTsonga" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/ChiTsonga"><span style="color:#000000;">chiTsonga</span></a><span style="color:#000000;">, Ndangu.<br />Apesar da sociedade moçambicana se ter tornado muito mais complexa, muitas das regras tradicionais de organização ainda se encontram baseadas na "linhagem".<br />Entre os séculos IX e XIII começaram a fixar-se na costa oriental de </span><a title="África" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãfrica"><span style="color:#000000;">África</span></a><span style="color:#000000;"> populações oriundas da região do </span><a title="Golfo Pérsico" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_Pérsico"><span style="color:#000000;">Golfo Pérsico</span></a><span style="color:#000000;">, que era naquele tempo um importante centro comercial. Estes povos fundaram entrepostos na costa africana e muitos </span><a title="Geografia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia"><span style="color:#000000;">geógrafos</span></a><span style="color:#000000;"> daquela época referiram-se a um activo comércio com as "terras de </span><a title="Sofala" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sofala"><span style="color:#000000;">Sofala</span></a><span style="color:#000000;">", incluindo a troca de tecidos da </span><a title="Índia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãndia"><span style="color:#000000;">Índia</span></a><span style="color:#000000;"> por </span><a title="Ferro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro"><span style="color:#000000;">ferro</span></a><span style="color:#000000;">, </span><a title="Ouro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro"><span style="color:#000000;">ouro</span></a><span style="color:#000000;"> e outros </span><a title="Metal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Metal"><span style="color:#000000;">metais</span></a><span style="color:#000000;">.<br />De facto, o ferro era tão importante que se pensa que as "aspas" de ferro – em forma de X, com cerca de 30 cm de comprimento, que formam abundantes achados </span><a title="Arqueologia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Arqueologia"><span style="color:#000000;">arqueológicos</span></a><span style="color:#000000;"> nesta região – eram utilizadas como </span><a title="Moeda" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moeda"><span style="color:#000000;">moeda</span></a><span style="color:#000000;">. Mais tarde, aparentemente esta "moeda" foi substituída por outra: tubos de penas de aves cheias de ouro em pó – os </span><a title="Metical" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Metical"><span style="color:#000000;">meticais</span></a><span style="color:#000000;"> cujo nome deu origem à actual moeda de Moçambique.<br />Com o crescimento demográfico, novas invasões e principalmente com a chegada dos mercadores, a estutura política tornou-se mais complexa, com linhagens dominando outras e finalmente, formando-se verdadeiros </span><a title="Estado" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado"><span style="color:#000000;">estados</span></a><span style="color:#000000;"> na região. Um dos mais importantes foi o primeiro estado do </span><a title="Zimbabwe" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbabwe"><span style="color:#000000;">Zimbabwe</span></a><span style="color:#000000;">.<br /></span><a id="O_Primeiro_Estado_do_Zimbabwe" name="O_Primeiro_Estado_do_Zimbabwe"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>O Primeiro Estado do Zimbabwe<br /></strong>Embora os povos que falavam a língua </span><a class="mw-redirect" title="ChiShona" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/ChiShona"><span style="color:#000000;">chiShona</span></a><span style="color:#000000;"> – ainda hoje a principal língua do </span><a title="Zimbabwe" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbabwe"><span style="color:#000000;">Zimbabwe</span></a><span style="color:#000000;">, com cerca de sete milhões de falantes, em vários dialectos – se tenham instalado na região cerca do ano 500, o primeiro estado do Zimbabwe existiu aproximadamente entre 1250 e 1450 aproximadamente na região da actual República do Zimbabwe. O seu nome deriva dos amuralhados de pedra que a </span><a title="Aristocracia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristocracia"><span style="color:#000000;">aristocracia</span></a><span style="color:#000000;"> fazia construir à volta das suas habitações e que se chamavam madzimbabwe.<br />O que parece ter sido a </span><a title="Capital" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Capital"><span style="color:#000000;">capital</span></a><span style="color:#000000;"> deste estado - o actual </span><a title="Monumento" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Monumento"><span style="color:#000000;">monumento</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Grande Zimbabwe" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Zimbabwe"><span style="color:#000000;">Grande Zimbabwe</span></a><span style="color:#000000;"> - cobria uma superfície considerável (incluindo não só a área dentro dos amuralhados, mas também uma grande "</span><a title="Cidade" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade"><span style="color:#000000;">cidade</span></a><span style="color:#000000;">" de </span><a title="Caniço" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Caniço"><span style="color:#000000;">caniço</span></a><span style="color:#000000;">, à volta daqueles), levando a pensar que tinha uma população de várias centenas, talvez milhares de habitantes e, portanto, uma grande actividade comercial.<br />Em </span><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">Moçambique</span></a><span style="color:#000000;"> conhecem-se também ruínas de madzimbabwe, a mais importante das quais chamada </span><a class="new" title="Manyikeni (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Manyikeni&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Manyikeni</span></a><span style="color:#000000;">, a cerca de 50 km de </span><a class="mw-redirect" title="Vilankulo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vilankulo"><span style="color:#000000;">Vilankulo</span></a><span style="color:#000000;">, na província de </span><a title="Inhambane" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Inhambane"><span style="color:#000000;">Inhambane</span></a><span style="color:#000000;">, e a cerca de 450 km do Grande Zimbabwe.<br />Para além da grande fertilidade da região onde este estado se estabeleceu, o apogeu do primeiro estado do Zimbabwe deve estar ligado à </span><a title="Minério" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Minério"><span style="color:#000000;">mineração</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a title="Metalurgia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Metalurgia"><span style="color:#000000;">metalurgia</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Ouro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro"><span style="color:#000000;">ouro</span></a><span style="color:#000000;">, muito procurado pelos mercadores originários da zona do </span><a title="Golfo Pérsico" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_Pérsico"><span style="color:#000000;">Golfo Pérsico</span></a><span style="color:#000000;"> que já demandavam as "terras de </span><a title="Sofala" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sofala"><span style="color:#000000;">Sofala</span></a><span style="color:#000000;">", pelo menos desde o século XII.<br />Cerca de </span><a title="1450" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1450"><span style="color:#000000;">1450</span></a><span style="color:#000000;">, o Grande Zimbabwe foi abandonado, não se conhecendo as razões desse abandono mas, pela mesma altura, verificou-se uma grande invasão de povos também de língua </span><a class="mw-redirect" title="ChiShona" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/ChiShona"><span style="color:#000000;">chiShona</span></a><span style="color:#000000;"> que deu origem ao </span><a title="Império" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Império"><span style="color:#000000;">Império</span></a><span style="color:#000000;"> dos </span><a class="mw-redirect" title="Mwenemutapa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mwenemutapa"><span style="color:#000000;">Mwenemutapas</span></a><span style="color:#000000;">. Estes invasores submeteram os povos duma região que se estendeu até ao </span><a title="Oceano Índico" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Ãndico"><span style="color:#000000;">Oceano Índico</span></a><span style="color:#000000;">, desde o rio </span><a class="mw-redirect" title="Zambeze" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zambeze"><span style="color:#000000;">Zambeze</span></a><span style="color:#000000;"> até à actual cidade de </span><a title="Inhambane (cidade)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Inhambane_(cidade)"><span style="color:#000000;">Inhambane</span></a><span style="color:#000000;">, pelo que não é claro o abandono do Grande Zimbabwe.<br />Recursos exteriores à Wikipédia: </span><a class="external text" title="http://campus.northpark.edu/history/WebChron/Africa/GreatZimbabwe.html" href="http://campus.northpark.edu/history/WebChron/Africa/GreatZimbabwe.html" rel="nofollow"><span style="color:#000000;">North Park Univ. The Great Zimbabwe</span></a><span style="color:#000000;"><br /></span><a id="O_Imp.C3.A9rio_dos_Mwenemutapas" name="O_Imp.C3.A9rio_dos_Mwenemutapas"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>O Império dos Mwenemutapas<br /></strong>A invasão e conquista do norte do planalto </span><a title="Zimbabwe" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbabwe"><span style="color:#000000;">zimbabweano</span></a><span style="color:#000000;"> pelas tropas de </span><a class="new" title="Mutota (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mutota&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Mutota</span></a><span style="color:#000000;">, em 1440-1450, deu origem a um novo estado dominado pela </span><a title="Dinastia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Dinastia"><span style="color:#000000;">dinastia</span></a><span style="color:#000000;"> dos </span><a class="mw-redirect" title="Mwenemutapa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mwenemutapa"><span style="color:#000000;">Mwenemutapas</span></a><span style="color:#000000;">. Estes invasores, que também falavam a língua </span><a class="mw-redirect" title="ChiShona" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/ChiShona"><span style="color:#000000;">chiShona</span></a><span style="color:#000000;"> estabeleceram a sua capital num local próximo do rio </span><a class="mw-redirect" title="Zambeze" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zambeze"><span style="color:#000000;">Zambeze</span></a><span style="color:#000000;">, no norte da actual província </span><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">moçambicana</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="Manica (província)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Manica_(província)"><span style="color:#000000;">Manica</span></a><span style="color:#000000;">.<br />No </span><a title="Século XVI" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XVI"><span style="color:#000000;">século XVI</span></a><span style="color:#000000;">, o Império dos Mwenemutapas tinha estendido o seu domínio a uma região limitada pelo rio Zambeze, a norte, o </span><a title="Oceano Índico" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Ãndico"><span style="color:#000000;">Oceano Índico</span></a><span style="color:#000000;">, a leste, o rio </span><a title="Limpopo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Limpopo"><span style="color:#000000;">Limpopo</span></a><span style="color:#000000;"> a sul e chegando a sua influência quase ao </span><a title="Deserto" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Deserto"><span style="color:#000000;">deserto</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Kalahari" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Kalahari"><span style="color:#000000;">Kalahari</span></a><span style="color:#000000;"> a sudoeste. Porém, esta última região poderia estar sobre a alçada de outros estados, como os </span><a title="Reino" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino"><span style="color:#000000;">reinos</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="Butua" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Butua"><span style="color:#000000;">Butua</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a title="Venda" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Venda"><span style="color:#000000;">Venda</span></a><span style="color:#000000;">, que terão estabelecido com os Mwenemutapas relações de boa vizinhança.<br />Para além desta ser uma região fértil e não estar afectada pela </span><a title="Mosca tsé-tsé" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mosca_tsé-tsé"><span style="color:#000000;">mosca tsé-tsé</span></a><span style="color:#000000;">, permitindo a criação de gado, o que contribuiu para a estabilidade e crescimento das populações, as minas de </span><a title="Ouro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro"><span style="color:#000000;">ouro</span></a><span style="color:#000000;"> estavam principalmente localizadas no interior. Por essa razão, o domínio das rotas comerciais que constituíam o Zambeze, por um lado, e de </span><a title="Sofala" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sofala"><span style="color:#000000;">Sofala</span></a><span style="color:#000000;">, mais a sul, conferiu aos Mwenemutapas - era a aristocracia que controlava o comércio - uma grande riqueza.<br />Foi o ouro que determinou a fixação na costa do </span><a title="Oceano Índico" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Ãndico"><span style="color:#000000;">Oceano Índico</span></a><span style="color:#000000;">, primeiro dos mercadores e colonos </span><a title="Árabes" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãrabes"><span style="color:#000000;">árabes</span></a><span style="color:#000000;"> oriundos da região do </span><a title="Golfo Pérsico" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_Pérsico"><span style="color:#000000;">Golfo Pérsico</span></a><span style="color:#000000;">, ainda no </span><a title="Século XII" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XII"><span style="color:#000000;">século XII</span></a><span style="color:#000000;">, e depois dos </span><a title="Portugal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal"><span style="color:#000000;">portugueses</span></a><span style="color:#000000;">, no dealbar do </span><a title="Século XVI" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XVI"><span style="color:#000000;">século XVI</span></a><span style="color:#000000;">.<br /></span><a id="Hist.C3.B3ria_Colonial" name="Hist.C3.B3ria_Colonial"></a><br /><strong><span style="color:#000000;">História Colonial<br /></span></strong><a id="A_chegada_dos_portugueses_a_Mo.C3.A7ambique_e_o_decl.C3.ADnio_do_Imp.C3.A9rio_dos_Mwenemutapas" name="A_chegada_dos_portugueses_a_Mo.C3.A7ambique_e_o_decl.C3.ADnio_do_Imp.C3.A9rio_dos_Mwenemutapas"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>A chegada dos portugueses a Moçambique e o declínio do Império dos Mwenemutapas</strong><br /></span><a class="image" title="Brasão de Moçambique enquanto colónia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:CoA_of_Portuguese_East_Africa.svg"></a><br /><a class="internal" title="Ampliar" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:CoA_of_Portuguese_East_Africa.svg"></a><span style="color:#000000;">Brasão de Moçambique enquanto colónia<br />Quando </span><a title="Vasco da Gama" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_da_Gama"><span style="color:#000000;">Vasco da Gama</span></a><span style="color:#000000;"> chegou pela primeira vez a Moçambique, em </span><a title="1497" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1497"><span style="color:#000000;">1497</span></a><span style="color:#000000;">, já existiam entrepostos comerciais </span><a title="Árabes" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãrabes"><span style="color:#000000;">árabes</span></a><span style="color:#000000;"> e uma grande parte da população tinha aderido ao </span><a title="Islão" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Islão"><span style="color:#000000;">Islão</span></a><span style="color:#000000;">. Os mercadores portugueses, apoiados por exércitos privados, foram-se infiltrando no império dos Mwenemutapas, umas vezes firmando acordos, noutras forçando-os. Em </span><a title="1530" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1530"><span style="color:#000000;">1530</span></a><span style="color:#000000;"> foi fundada a povoação portuguesa de Sena, em </span><a title="1537" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1537"><span style="color:#000000;">1537</span></a><span style="color:#000000;">, de </span><a title="Tete (cidade)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tete_(cidade)"><span style="color:#000000;">Tete</span></a><span style="color:#000000;">, no rio Zambeze, e em </span><a title="1544" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1544"><span style="color:#000000;">1544</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="Quelimane" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Quelimane"><span style="color:#000000;">Quelimane</span></a><span style="color:#000000;">, na costa do </span><a title="Oceano Índico" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Ãndico"><span style="color:#000000;">Oceano Índico</span></a><span style="color:#000000;">, assenhorando-se da rota entre as minas e o oceano. Em </span><a title="1607" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1607"><span style="color:#000000;">1607</span></a><span style="color:#000000;"> obtiveram do rei a concessão de todas as minas de ouro do seu território. Em </span><a title="1627" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1627"><span style="color:#000000;">1627</span></a><span style="color:#000000;">, o Mwenemutapa </span><a class="new" title="Capranzina (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Capranzina&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Capranzina</span></a><span style="color:#000000;">, hostil aos portugueses, foi deposto e substituído pelo seu tio </span><a class="new" title="Mavura (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mavura&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Mavura</span></a><span style="color:#000000;">; os portugueses baptizaram-no e este declarou-se </span><a class="mw-redirect" title="Vassalo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vassalo"><span style="color:#000000;">vassalo</span></a><span style="color:#000000;"> de Portugal(Para frustração da </span><a title="Sublime Porta" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sublime_Porta"><span style="color:#000000;">Sublime Porta</span></a><span style="color:#000000;">, que, nesta data, havia perdido mais uma colônia para os Portugueses).<br />Os Mwenemutapas reinaram até finais do </span><a title="Século XVII" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XVII"><span style="color:#000000;">século XVII</span></a><span style="color:#000000;">, altura em que foram substituídos pela dinastia dos </span><a class="new" title="Changamira (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Changamira&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Changamiras</span></a><span style="color:#000000;">, outro grupo </span><a class="mw-redirect" title="Shona" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Shona"><span style="color:#000000;">Shona</span></a><span style="color:#000000;"> que dominava o reino </span><a title="Butua" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Butua"><span style="color:#000000;">Butua</span></a><span style="color:#000000;">, contribuindo assim para a extensão territorial do império. As relações dos Changamiras com os portugueses tiveram altos e baixos mas, em 1693, houve um levantamento armado em que os soldados portugueses que residiam na capital foram escorraçados, várias igrejas destruídas e os portugueses impedidos, durante algum tempo, de ter acesso ao ouro e ao comércio com os reinos indígenas.<br />Por essa altura, no entanto, os portugueses controlavam o vale do Zambeze e começaram a interessar-se mais pelo </span><a title="Marfim" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Marfim"><span style="color:#000000;">marfim</span></a><span style="color:#000000;">, empreendimento que levavam a cabo por acordo com os estados Marave (ver abaixo). O império dos Mwenemutapa, embora com menos poder económico, manteve-se até meados do século XIX, altura em que foi desmembrado pelos Estados Militares que se formaram como resistência dos prazeiros à administração portuguesa.<br />Finalmente, a administração colonial portuguesa e britânica em África terminou com o poder político dos chefes então existentes.<br /></span><a id="O_Imp.C3.A9rio_Marave" name="O_Imp.C3.A9rio_Marave"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>O Império Marave</strong><br />Os estados Marave foram um conjunto de pequenos reinos formados na margem norte do rio </span><a class="mw-redirect" title="Zambeze" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zambeze"><span style="color:#000000;">Zambeze</span></a><span style="color:#000000;"> e que se tornaram importantes na história da penetração </span><a title="Portugal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal"><span style="color:#000000;">portuguesa</span></a><span style="color:#000000;"> nesta região.<br />A origem do nome é desconhecida, mas aparece em textos antigos (séculos XVII e XVIII) e ainda hoje está associada ao de um distrito da província de </span><a title="Tete (província)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tete_(província)"><span style="color:#000000;">Tete</span></a><span style="color:#000000;">, a </span><a title="Marávia (distrito)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Marávia_(distrito)"><span style="color:#000000;">Marávia</span></a><span style="color:#000000;">. O nome foi utilizado com referência à fixação nesta região, entre 1200 e 1400, de um povo, cujo clã dominante, denominado </span><a class="new" title="Phiri (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Phiri&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Phiri</span></a><span style="color:#000000;">, se tornou, por alianças com as linhagens dominantes locais, o clã dominante. Mais recentemente, </span><a class="new" title="Rita Ferreira (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Rita_Ferreira&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Rita Ferreira</span></a><span style="color:#000000;"> utilizou esta designação para o conjunto de </span><a title="Tribo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tribo"><span style="color:#000000;">tribos</span></a><span style="color:#000000;"> ali existente.<br />Uma característica importante é que todos os povos da região, embora apresentem hoje uma grande diversidade de línguas (do grupo de </span><a class="mw-redirect" title="Línguas Bantu" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Línguas_Bantu"><span style="color:#000000;">Bantu</span></a><span style="color:#000000;"> sul-central, das famílias </span><a class="mw-redirect" title="CiNyanja" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/CiNyanja"><span style="color:#000000;">ciNyanja</span></a><span style="color:#000000;">, </span><a class="mw-redirect" title="CiYao" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/CiYao"><span style="color:#000000;">ciYao</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a class="mw-redirect" title="EMakua" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/EMakua"><span style="color:#000000;">eMakuwa</span></a><span style="color:#000000;">) tem como forma de organização da sociedade a </span><a title="Matrilinear" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Matrilinear"><span style="color:#000000;">matrilineariedade</span></a><span style="color:#000000;">, ou seja, a transmissão dos poderes "mágicos" e da </span><a title="Propriedade" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade"><span style="color:#000000;">propriedade</span></a><span style="color:#000000;"> – do próprio "poder" – é feita por casamento com a mulher da linhagem que o detém.<br />Os Phiri terão utilizado esse poder para expandir a sua dominação e, mais tarde, os </span><a title="Prazos da Coroa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Prazos_da_Coroa"><span style="color:#000000;">prazeiros</span></a><span style="color:#000000;"> portugueses fizeram o mesmo.<br /></span><a id="Os_Prazos" name="Os_Prazos"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>Os Prazos<br /></strong>Por volta de 1600, </span><a title="Portugal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal"><span style="color:#000000;">Portugal</span></a><span style="color:#000000;"> começou a enviar para Moçambique colonos, muitos de origem </span><a title="Índia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãndia"><span style="color:#000000;">indiana</span></a><span style="color:#000000;">, que queriam fixar-se naquele território. Esses colonos, muitas vezes casavam com as filhas de chefes locais e estabeleciam linhagens que, entre o </span><a title="Comércio" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Comércio"><span style="color:#000000;">comércio</span></a><span style="color:#000000;"> e a </span><a title="Agricultura" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura"><span style="color:#000000;">agricultura</span></a><span style="color:#000000;">, podiam tornar-se poderosas.<br />Em meados do </span><a title="Século XVII" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XVII"><span style="color:#000000;">século XVII</span></a><span style="color:#000000;">, o governo português decide que as terras ocupadas por portugueses em Moçambique pertenciam à coroa e estes passavam a ter o dever de </span><a title="Renda" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Renda"><span style="color:#000000;">arrendá-las</span></a><span style="color:#000000;"> a prazos que eram definidos por 3 gerações e transmitidos por via feminina. Esta entativa de assegurar a soberania na </span><a title="Colónia (história)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colónia_(história)"><span style="color:#000000;">colónia</span></a><span style="color:#000000;"> recente, não foi muito exitosa porque, de facto, os "muzungos" e as "donas" já tinham bastante poder, mesmo </span><a title="Militar" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Militar"><span style="color:#000000;">militar</span></a><span style="color:#000000;">, com os seus exércitos de “xicundas”, e muitas vezes se opunham à administração colonial, que era obrigada a responder igualmente pela força das armas.<br />Não só estes senhores </span><a title="Feudalismo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Feudalismo"><span style="color:#000000;">feudais</span></a><span style="color:#000000;"> não pagavam renda ao Estado português, como organizaram um sistema de cobrar o “mussoco” (um </span><a title="Imposto" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto"><span style="color:#000000;">imposto</span></a><span style="color:#000000;"> individual em espécie, devido por todos os homens válidos, maiores de 16 anos) aos camponeses que cultivavam nas suas terras. Além disso, mineravam </span><a title="Ouro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro"><span style="color:#000000;">ouro</span></a><span style="color:#000000;">, </span><a title="Marfim" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Marfim"><span style="color:#000000;">marfim</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a class="mw-redirect" title="Escravo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravo"><span style="color:#000000;">escravos</span></a><span style="color:#000000;">, que comerciavam em troca de </span><a title="Pano" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pano"><span style="color:#000000;">panos</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a class="mw-redirect" title="Missanga" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Missanga"><span style="color:#000000;">missangas</span></a><span style="color:#000000;"> que recebiam da </span><a title="Índia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãndia"><span style="color:#000000;">Índia</span></a><span style="color:#000000;"> e de </span><a title="Lisboa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboa"><span style="color:#000000;">Lisboa</span></a><span style="color:#000000;">. Até 1850, </span><a title="Cuba" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cuba"><span style="color:#000000;">Cuba</span></a><span style="color:#000000;"> foi o principal destino dos escravos provenientes da </span><a title="Zambézia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zambézia"><span style="color:#000000;">Zambézia</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Em 1870, era apenas em </span><a title="Quelimane" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Quelimane"><span style="color:#000000;">Quelimane</span></a><span style="color:#000000;"> (sem conseguir penetrar no “Estado da </span><a title="Maganja da Costa (distrito)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Maganja_da_Costa_(distrito)"><span style="color:#000000;">Maganja da Costa</span></a><span style="color:#000000;">”) onde Portugal exercia alguma autoridade, cobrando o “mussoco”, instituído e cobrado pelos prazeiros. Isto, apesar de, em 1854, o governo português ter “extinguido” os Prazos (pela segunda vez, a primeira tinha sido em 1832). Outros decretos do mesmo ano extinguiam a escravatura (oficialmente, uma vez que os “libertos” eram levados à força para as ilhas </span><a title="França" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/França"><span style="color:#000000;">francesas</span></a><span style="color:#000000;"> do Oceano Índico (Maurícia]] ou “ilha Bourbon” e </span><a title="Reunião" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Reunião"><span style="color:#000000;">Reunião</span></a><span style="color:#000000;"> ou “ilha de Fança”, com o estatuto de “contratados”) e o imposto individual, substituindo-o pelo </span><a class="new" title="Imposto de palhota (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Imposto_de_palhota&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">imposto de palhota</span></a><span style="color:#000000;">, uma espécie de </span><a class="new" title="Contribuição predial (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Contribui%C3%A7%C3%A3o_predial&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">contribuição predial</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Na margem direita do </span><a title="Rio Zambeze" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Zambeze"><span style="color:#000000;">rio Zambeze</span></a><span style="color:#000000;"> e na margem esquerda da actual província de </span><a title="Tete (província)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tete_(província)"><span style="color:#000000;">Tete</span></a><span style="color:#000000;">, os prazos começaram a ser atacados, em 1830, pelos </span><a class="mw-redirect" title="Nguni" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nguni"><span style="color:#000000;">nguni</span></a><span style="color:#000000;"> que fugiam durante o </span><a title="Mfecane" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mfecane"><span style="color:#000000;">mfecane</span></a><span style="color:#000000;"> mas, aparentemente, os prazos da Zambézia escaparam a essa sorte. Mas, apesar de “ressuscitados” por </span><a class="mw-redirect" title="António Enes" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/António_Enes"><span style="color:#000000;">António Enes</span></a><span style="color:#000000;">, o grande ideólogo do </span><a title="Colonialismo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colonialismo"><span style="color:#000000;">colonialismo</span></a><span style="color:#000000;"> pós-escravatura, não resistiram ao capital das grandes companhias. Depois de serem engolidos por estas, viram a administração colonial organizar-se finalmente – já na segunda metade do </span><a title="Século XIX" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XIX"><span style="color:#000000;">século XIX</span></a><span style="color:#000000;"> – e utilizar a sua estrutura feudal, depois de transformados os “xicundas” em </span><a class="mw-redirect" title="Sipaio" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sipaio"><span style="color:#000000;">sipaios</span></a><span style="color:#000000;">, para submeterem os povos da região.<br />Por volta de 1870, começaram a estabelecer-se em Quelimane várias companhias europeias, já não interessadas em escravos, nem em marfim, mas sim em </span><a title="Oleaginosa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Oleaginosa"><span style="color:#000000;">oleaginosas</span></a><span style="color:#000000;"> – </span><a title="Amendoim" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Amendoim"><span style="color:#000000;">amendoim</span></a><span style="color:#000000;">, </span><a title="Gergelim" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gergelim"><span style="color:#000000;">gergelim</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a title="Copra" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Copra"><span style="color:#000000;">copra</span></a><span style="color:#000000;"> – muito procuradas nas </span><a title="Indústria" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Indústria"><span style="color:#000000;">indústrias</span></a><span style="color:#000000;"> recém-criadas de </span><a title="Óleo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Óleo"><span style="color:#000000;">óleo</span></a><span style="color:#000000;"> alimentar, </span><a title="Sabão" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sabão"><span style="color:#000000;">sabões</span></a><span style="color:#000000;"> e outras. No princípio, comercializando com os prazeiros, induziram-nos a forçarem os seus camponeses a cultivar estes produtos. Exemplos dessas companhias são a “Fabre & Filhos” e a “Régie Ainé”, ambas com sede em </span><a title="Marselha" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Marselha"><span style="color:#000000;">Marselha</span></a><span style="color:#000000;">, a “Oost Afrikaansch Handelshuis”, </span><a title="Países Baixos" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Países_Baixos"><span style="color:#000000;">holandesa</span></a><span style="color:#000000;">, e a “Companhia Africana de Lisboa”. A “Oost” chegou a abrir em </span><a title="Sena" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sena"><span style="color:#000000;">Sena</span></a><span style="color:#000000;"> uma </span><a title="Sucursal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sucursal"><span style="color:#000000;">sucursal</span></a><span style="color:#000000;"> para incentivar nessa região a produção de amendoim.<br />Mas a agricultura familar não produzia as quantidades desejadas, era necessário organizar </span><a title="Plantação" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Plantação"><span style="color:#000000;">plantações</span></a><span style="color:#000000;">. É nessa altura que o governador da “província ultramarina”, </span><a title="Augusto de Castilho" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_de_Castilho"><span style="color:#000000;">Augusto de Castilho</span></a><span style="color:#000000;">, cuja administração estava desejosa de ter uma base tributária para manter a ocupação do território, emite em 1886 uma “portaria provincial” regulando a cobrança do “mussoco” nos Prazos (que tinham sindo “extintos” pela terceira vez seis anos antes), que incluía a obrigatoriedade dos homens válidos pagarem aquele imposto, se não em produtos, então em </span><a title="Trabalho" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho"><span style="color:#000000;">trabalho</span></a><span style="color:#000000;">; é dessa forma que começam a organizar-se as grandes plantações de coqueiros e, mais tarde, de </span><a title="Sisal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sisal"><span style="color:#000000;">sisal</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a class="mw-redirect" title="Cana sacarina" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cana_sacarina"><span style="color:#000000;">cana sacarina</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Em </span><a title="1890" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1890"><span style="color:#000000;">1890</span></a><span style="color:#000000;">, o futuro “Comissário Régio” </span><a class="mw-redirect" title="António Enes" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/António_Enes"><span style="color:#000000;">António Enes</span></a><span style="color:#000000;"> decreta, numa revisão do Código de Trabalho Rural de 1875 (que estabelecia apenas a obrigação “</span><a class="mw-redirect" title="Moral" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moral"><span style="color:#000000;">moral</span></a><span style="color:#000000;">” dos colonos [leia-se camponeses indígenas] de produzirem bens para comercialização), que o camponês já não tem a opção de pagar o “mussoco” em géneros: “...O arrendatário [dos Prazos] fica obrigado a cobrar dos colonos em trabalho rural, pelo menos metade da capitação de 800 réis, pagando esse trabalho aos adultos na razão de 400 réis por semana e aos menores na de 200 réis."<br />Esse </span><a title="Decreto" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Decreto"><span style="color:#000000;">decreto</span></a><span style="color:#000000;"> impunha ainda aos prazeiros a ocupação efectiva das terras arrendadas e o pagamento à autoridade colonial da respectiva renda. Mas os prazeiros não tinham conseguido converter a sua actividade de simples fornecedores de escravos ou de pequenas quantidades de produtos na de organização das plantações, não só por falta de preparação (ou de vocação), mas também por falta de </span><a title="Capital" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Capital"><span style="color:#000000;">capital</span></a><span style="color:#000000;">. O resultado foi terem sido obrigados a subarrendar ou vender os seus prazos, terminando assim a fase </span><a class="mw-redirect" title="Feudal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Feudal"><span style="color:#000000;">feudal</span></a><span style="color:#000000;"> desta porção de </span><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">Moçambique</span></a><span style="color:#000000;">.<br /></span><a id="Os_Estados_Ajaua" name="Os_Estados_Ajaua"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>Os Estados Ajaua<br /></strong>No rico </span><a title="Planalto" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Planalto"><span style="color:#000000;">planalto</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Niassa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Niassa"><span style="color:#000000;">Niassa</span></a><span style="color:#000000;">, fixaram-se os bantu </span><a class="new" title="Ajaua (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ajaua&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">ajaua</span></a><span style="color:#000000;"> (ou yao e também pronunciado jauá), </span><a class="mw-redirect" title="Agricultor" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultor"><span style="color:#000000;">agricultores</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a title="Caça" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Caça"><span style="color:#000000;">caçadores</span></a><span style="color:#000000;">, mas também </span><a class="mw-redirect" title="Comerciante" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Comerciante"><span style="color:#000000;">comerciantes</span></a><span style="color:#000000;"> que, no </span><a title="Século XVIII" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XVIII"><span style="color:#000000;">século XVIII</span></a><span style="color:#000000;">, já </span><a title="Islão" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Islão"><span style="color:#000000;">islamizados</span></a><span style="color:#000000;">, muito contribuíram para o </span><a class="mw-redirect" title="Tráfico de escravos" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tráfico_de_escravos"><span style="color:#000000;">tráfico de escravos</span></a><span style="color:#000000;">. No </span><a title="Século XIX" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XIX"><span style="color:#000000;">século XIX</span></a><span style="color:#000000;">, esta </span><a title="População" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/População"><span style="color:#000000;">população</span></a><span style="color:#000000;"> expandiu-se para </span><a title="Oeste" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Oeste"><span style="color:#000000;">oeste</span></a><span style="color:#000000;"> (incluindo o </span><a title="Malawi" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Malawi"><span style="color:#000000;">Malawi</span></a><span style="color:#000000;">) e organizou </span><a title="Estado" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado"><span style="color:#000000;">estados</span></a><span style="color:#000000;"> poderosos no planalto, entre os quais, o Mataca, o Mutarica, o Mukanjila e o Jalassi. Estes estados só foram dominados pelos portugueses através da </span><a title="Companhia do Niassa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_do_Niassa"><span style="color:#000000;">Companhia do Niassa</span></a><span style="color:#000000;">.<br /></span><a id="O_Imp.C3.A9rio_de_Gaza" name="O_Imp.C3.A9rio_de_Gaza"></a><br /><span style="color:#000000;">O Império de GazA<br /></span><a class="image" title="Crystal Clear app xmag.png" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.png"></a><a class="image" title="Gungunhana, o último imperador de Gaza" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gungunhana.jpg"></a><br /><a class="internal" title="Ampliar" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gungunhana.jpg"></a><span style="color:#000000;">Gungunhana, o últ</span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixBjqFE4g0eAfXND3O4XGrxyCkNUHmrUhz16rCpW-xzAIh6ai6tUOjZXacXxN_WSCinoqPQxx4qhCeEPwZcVTYw8GyPTWvR7kmMT3F9oBxA3T7LwobOq_hw95nD4uxUzpdLKaCs_u4jLYS/s1600-h/200px-Gungunhana.jpg"><span style="color:#000000;"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5330423996584404594" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 228px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixBjqFE4g0eAfXND3O4XGrxyCkNUHmrUhz16rCpW-xzAIh6ai6tUOjZXacXxN_WSCinoqPQxx4qhCeEPwZcVTYw8GyPTWvR7kmMT3F9oBxA3T7LwobOq_hw95nD4uxUzpdLKaCs_u4jLYS/s320/200px-Gungunhana.jpg" border="0" /></span></a><span style="color:#000000;">imo imperador de Gaza<br />O Estado de Gaza foi fundado por </span><a class="mw-redirect" title="Sochangane" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sochangane"><span style="color:#000000;">Sochangane</span></a><span style="color:#000000;"> (também conhecido por </span><a class="mw-redirect" title="Manicusse" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Manicusse"><span style="color:#000000;">Manicusse</span></a><span style="color:#000000;">, 1821-1858) como resultado do </span><a title="Mfecane" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mfecane"><span style="color:#000000;">Mfecane</span></a><span style="color:#000000;">, um grande conflito despoletado entre os </span><a class="mw-redirect" title="Zulu" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zulu"><span style="color:#000000;">Zulu</span></a><span style="color:#000000;"> por consequência do assassinato de </span><a class="mw-redirect" title="Chaca" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Chaca"><span style="color:#000000;">Chaca</span></a><span style="color:#000000;"> (ou </span><a class="mw-redirect" title="Shaka" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Shaka"><span style="color:#000000;">Shaka</span></a><span style="color:#000000;">) em 1828, que culminou com a invasão de grandes áreas da </span><a title="África Austral" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãfrica_Austral"><span style="color:#000000;">África Austral</span></a><span style="color:#000000;"> por exércitos </span><a class="mw-redirect" title="Nguni" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nguni"><span style="color:#000000;">Nguni</span></a><span style="color:#000000;">. O Império de Gaza, no seu apogeu, abrangia toda a área costeira entre os rios </span><a class="mw-redirect" title="Zambeze" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zambeze"><span style="color:#000000;">Zambeze</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a title="Rio Maputo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Maputo"><span style="color:#000000;">Maputo</span></a><span style="color:#000000;"> e tinha a sua </span><a title="Capital" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Capital"><span style="color:#000000;">capital</span></a><span style="color:#000000;"> em </span><a title="Manjacaze" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Manjacaze"><span style="color:#000000;">Manjacaze</span></a><span style="color:#000000;">, na actual província </span><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">moçambicana</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a class="mw-redirect" title="Gaza (Moçambique)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaza_(Moçambique)"><span style="color:#000000;">Gaza</span></a><span style="color:#000000;">.<br />O rei de Gaza dominou os reis Tonga (possivelmente o mesmo que Tsonga, da língua </span><a class="mw-redirect" title="ChiTsonga" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/ChiTsonga"><span style="color:#000000;">chiTsonga</span></a><span style="color:#000000;">, a língua actualmente dominante na região sul de Moçambique) através dos membros da sua linhagem, os </span><a class="mw-redirect" title="Nguni" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nguni"><span style="color:#000000;">Nguni</span></a><span style="color:#000000;">, comerciando </span><a title="Marfim" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Marfim"><span style="color:#000000;">marfim</span></a><span style="color:#000000;">, que recebia como tributo, com os </span><a title="Portugal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal"><span style="color:#000000;">portugueses</span></a><span style="color:#000000;">, estabelecidos na costa (principalmente em </span><a title="Lourenço Marques" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Lourenço_Marques"><span style="color:#000000;">Lourenço Marques</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a title="Inhambane (cidade)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Inhambane_(cidade)"><span style="color:#000000;">Inhambane</span></a><span style="color:#000000;">).<br />Aparentemente, Sochangane não fazia comércio de </span><a class="mw-redirect" title="Escravatura" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravatura"><span style="color:#000000;">escravos</span></a><span style="color:#000000;"> – os seus guerreiros eram principalmente da sua linhagem –, nem devolvia aos portugueses os escravos que fugiam para a sua guarda.<br />Com a sua morte, sucedeu-lhe o seu filho </span><a title="Mawewe" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mawewe"><span style="color:#000000;">Mawewe</span></a><span style="color:#000000;"> que decidiu, em 1859, atacar os seus irmãos para ganhar mais poder. Apenas um irmão, </span><a class="mw-redirect" title="Mzila" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mzila"><span style="color:#000000;">Mzila</span></a><span style="color:#000000;"> (ou </span><a title="Muzila" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Muzila"><span style="color:#000000;">Muzila</span></a><span style="color:#000000;">) conseguiu fugir para o </span><a title="Transvaal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Transvaal"><span style="color:#000000;">Transvaal</span></a><span style="color:#000000;">, onde organizou um exército para atacar o seu irmão. A guerra durou até 1864 e, entretanto, a </span><a title="Capital" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Capital"><span style="color:#000000;">capital</span></a><span style="color:#000000;"> do reino mudou-se do vale do </span><a title="Rio Limpopo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Limpopo"><span style="color:#000000;">rio Limpopo</span></a><span style="color:#000000;"> para </span><a class="mw-redirect" title="Mossurize" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mossurize"><span style="color:#000000;">Mossurize</span></a><span style="color:#000000;">, a norte do rio </span><a class="mw-redirect" title="Save" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Save"><span style="color:#000000;">Save</span></a><span style="color:#000000;">, na actual província moçambicana de </span><a title="Manica (província)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Manica_(província)"><span style="color:#000000;">Manica</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Foi em </span><a class="mw-redirect" title="Mossurize" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mossurize"><span style="color:#000000;">Mossurize</span></a><span style="color:#000000;"> que, em </span><a title="1884" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1884"><span style="color:#000000;">1884</span></a><span style="color:#000000;">, ascendeu ao trono Nguni, </span><a class="mw-redirect" title="Gungunhana" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gungunhana"><span style="color:#000000;">Gungunhana</span></a><span style="color:#000000;">, filho de Muzila. Gungunhana regressa a Manjacaze em </span><a title="1889" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1889"><span style="color:#000000;">1889</span></a><span style="color:#000000;">, aparentemente pressionado pelos exploradores de </span><a title="Ouro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro"><span style="color:#000000;">ouro</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="Manica (província)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Manica_(província)"><span style="color:#000000;">Manica</span></a><span style="color:#000000;"> e falta de apoios locais. Em Gaza, Gungunhana prosseguiu a política de seu pai de assimilação dos reinos locais, os “Tonga” e de </span><a title="Resistência" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Resistência"><span style="color:#000000;">resistência</span></a><span style="color:#000000;"> à dominação portuguesa, mas essa resistência não durou mais de seis anos. Gungunhana foi preso e Gaza finalmente submetida à administração colonial.<br /></span><a id="Os_Estados_Isl.C3.A2micos_da_Costa" name="Os_Estados_Isl.C3.A2micos_da_Costa"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>Os Estados Islâmicos da Costa<br /></strong>A partir do </span><a title="Século X" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_X"><span style="color:#000000;">século X</span></a><span style="color:#000000;">, os </span><a class="mw-redirect" title="Mercador" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercador"><span style="color:#000000;">mercadores</span></a><span style="color:#000000;"> </span><a title="Árabe" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãrabe"><span style="color:#000000;">árabes</span></a><span style="color:#000000;"> que demandavam as costas de “</span><a title="Sofala" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sofala"><span style="color:#000000;">Sofala</span></a><span style="color:#000000;">” foram difundindo o </span><a title="Islão" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Islão"><span style="color:#000000;">islão</span></a><span style="color:#000000;"> entre as populações costeiras, mas foi apenas após a instalação em </span><a title="Zanzibar" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zanzibar"><span style="color:#000000;">Zanzibar</span></a><span style="color:#000000;"> dum xeicado dependente do sultanato de </span><a class="mw-redirect" title="Oman" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Oman"><span style="color:#000000;">Oman</span></a><span style="color:#000000;">, no </span><a title="Século XVII" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XVII"><span style="color:#000000;">século XVII</span></a><span style="color:#000000;">, que começaram a organizar-se pequenos estados de organização islâmica.<br />Na província de </span><a title="Nampula (província)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nampula_(província)"><span style="color:#000000;">Nampula</span></a><span style="color:#000000;">, no norte de </span><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">Moçambique</span></a><span style="color:#000000;">, formaram-se o "Xeicado de Quitangonha", "Reino de Sancul", "Xeicado de Sangage" e "Sultanato de </span><a title="Angoche" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Angoche"><span style="color:#000000;">Angoche</span></a><span style="color:#000000;">".<br /></span><a id="As_Companhias_Majest.C3.A1ticas" name="As_Companhias_Majest.C3.A1ticas"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>As Companhias Majestáticas<br /></strong>Em </span><a title="1878" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1878"><span style="color:#000000;">1878</span></a><span style="color:#000000;">, Portugal decide fazer a concessão de grandes parcelas do território de Moçambique a companhias privadas que passaram a explorar a colónia, as </span><a title="Companhia majestática" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_majestática"><span style="color:#000000;">companhias majestáticas</span></a><span style="color:#000000;">, assim chamadas, porque tinham direitos quase soberanos sobre essas parcelas de território e seus habitantes. As principais foram a </span><a title="Companhia do Niassa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_do_Niassa"><span style="color:#000000;">Companhia do Niassa</span></a><span style="color:#000000;"> e a </span><a title="Companhia de Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_de_Moçambique"><span style="color:#000000;">Companhia de Moçambique</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Como Portugal tinha sido obrigado a ilegalizar o </span><a title="Comércio" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Comércio"><span style="color:#000000;">comércio</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a class="mw-redirect" title="Escravo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravo"><span style="color:#000000;">escravos</span></a><span style="color:#000000;"> em </span><a title="1842" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1842"><span style="color:#000000;">1842</span></a><span style="color:#000000;">, apesar de fechar os olhos ao comércio clandestino, e não tinha condições para administrar todo o território, deu a estas companhias poderes para instituir e cobrar </span><a title="Imposto" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto"><span style="color:#000000;">impostos</span></a><span style="color:#000000;">. Foi nessa altura que foi introduzido o “imposto de palhota”, ou seja, a obrigatoriedade de cada </span><a title="Família" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Família"><span style="color:#000000;">família</span></a><span style="color:#000000;"> pagar um imposto em dinheiro; como a população nativa não estava habituada às trocas por dinheiro (para além de produzir para a própria sobrevivência), eram obrigados a trabalhar sob prisão – o </span><a title="Trabalho forçado" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho_forçado"><span style="color:#000000;">trabalho forçado</span></a><span style="color:#000000;">, chamado em Moçambique “chibalo”; mais tarde, as famílias nativas foram obrigadas a cultivar produtos de rendimento, como </span><a title="Algodão" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Algodão"><span style="color:#000000;">algodão</span></a><span style="color:#000000;"> ou </span><a title="Tabaco" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabaco"><span style="color:#000000;">tabaco</span></a><span style="color:#000000;">, que eram comercializados por aquelas companhias.</span></div><br /><br /><div><br /><span style="color:#000000;"><strong>A Administração Colonial Portuguesa</strong><br />Até finais do </span><a title="Século XIX" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XIX"><span style="color:#000000;">século XIX</span></a><span style="color:#000000;">, a presença oficial portuguesa em </span><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">Moçambique</span></a><span style="color:#000000;"> limitava-se a umas poucas capitanias ao longo da costa. </span><a title="Portugal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal"><span style="color:#000000;">Portugal</span></a><span style="color:#000000;">, bem estabelecido em </span><a title="Goa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Goa"><span style="color:#000000;">Goa</span></a><span style="color:#000000;">, de onde vinham directamente as ordens relativas a Moçambique, contava que os </span><a class="mw-redirect" title="Comerciante" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Comerciante"><span style="color:#000000;">comerciantes</span></a><span style="color:#000000;"> que se íam estabelecendo no interior do território formassem o substrato para uma </span><a title="Administração" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Administração"><span style="color:#000000;">administração</span></a><span style="color:#000000;"> efectiva. Naquela época, o fundamental era o controlo do comércio, primeiro do </span><a title="Ouro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro"><span style="color:#000000;">ouro</span></a><span style="color:#000000;">, nos séculos </span><a title="Século XVI" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XVI"><span style="color:#000000;">XVI</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a title="Século XVII" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XVII"><span style="color:#000000;">XVII</span></a><span style="color:#000000;">, depois do </span><a title="Marfim" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Marfim"><span style="color:#000000;">marfim</span></a><span style="color:#000000;"> e dos </span><a class="mw-redirect" title="Escravo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravo"><span style="color:#000000;">escravos</span></a><span style="color:#000000;">. No entanto, a administração colonial náo conseguia sequer cobrar os </span><a title="Imposto" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto"><span style="color:#000000;">impostos</span></a><span style="color:#000000;"> relativos a esse comércio.<br />Entretanto, em </span><a title="1686" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1686"><span style="color:#000000;">1686</span></a><span style="color:#000000;">, o </span><a class="mw-redirect" title="Vice-Rei" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vice-Rei"><span style="color:#000000;">Vice-Rei</span></a><span style="color:#000000;"> português baptizava, em </span><a title="Diu" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Diu"><span style="color:#000000;">Diu</span></a><span style="color:#000000;">, a "Companhia dos Mazanes", formada por ricos comerciantes </span><a class="mw-redirect" title="India" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/India"><span style="color:#000000;">indianos</span></a><span style="color:#000000;">, à qual eram dados privilégios no comércio entre aquele território e Moçambique. Ao abrigo desta </span><a class="mw-redirect" title="Companhia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia"><span style="color:#000000;">companhia</span></a><span style="color:#000000;">, começaram a fixar-se em Moçambique dezenas de comerciantes indianos, suas famílias e empregados. Apesar das boas relações entre os indianos e os governantes coloniais, a situação financeira da </span><a title="Colónia (história)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colónia_(história)"><span style="color:#000000;">colónia</span></a><span style="color:#000000;"> não melhorou.<br />Em </span><a title="1752" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1752"><span style="color:#000000;">1752</span></a><span style="color:#000000;">, em face da decadência da </span><a title="Ilha de Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Moçambique"><span style="color:#000000;">Ilha de Moçambique</span></a><span style="color:#000000;">, o governo do </span><a title="Sebastião José de Carvalho e Melo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sebastião_José_de_Carvalho_e_Melo"><span style="color:#000000;">Marquês de Pombal</span></a><span style="color:#000000;"> decidiu retirar a </span><a title="Colónia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colónia"><span style="color:#000000;">colónia</span></a><span style="color:#000000;"> </span><a title="África" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãfrica"><span style="color:#000000;">africana</span></a><span style="color:#000000;"> da dependência do Vice-Rei do </span><a title="Estado Português da Índia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Português_da_Ãndia"><span style="color:#000000;">Estado da Índia</span></a><span style="color:#000000;"> e nomear um </span><a class="mw-redirect" title="Lista de governadores de Angola" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_governadores_de_Angola"><span style="color:#000000;">Governador Geral</span></a><span style="color:#000000;">, que passou a habitar o </span><a title="Palácio dos Capitães-Generais" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Palácio_dos_Capitães-Generais"><span style="color:#000000;">Palácio dos Capitães-Generais</span></a><span style="color:#000000;">, confiscado aos </span><a class="mw-redirect" title="Jesuíta" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jesuíta"><span style="color:#000000;">jesuítas</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Só depois da visita do “Emissário Régio”, </span><a class="mw-redirect" title="António Enes" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/António_Enes"><span style="color:#000000;">António Enes</span></a><span style="color:#000000;">, em </span><a title="1895" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1895"><span style="color:#000000;">1895</span></a><span style="color:#000000;"> e dos acordos com o </span><a title="Transvaal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Transvaal"><span style="color:#000000;">Transvaal</span></a><span style="color:#000000;"> para a edificação da </span><a class="mw-redirect" title="Linha férrea" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_férrea"><span style="color:#000000;">linha férrea</span></a><span style="color:#000000;">, decidiu o governo colonial mudar a capital da “província” para Lourenço Marques e, com a debandada das </span><a title="Companhia majestática" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_majestática"><span style="color:#000000;">companhias majestáticas</span></a><span style="color:#000000;">, organizar uma administração efectiva de Moçambique. Essa administração, que foi encetada no então distrito de </span><a title="Lourenço Marques" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Lourenço_Marques"><span style="color:#000000;">Lourenço Marques</span></a><span style="color:#000000;"> (que incluía as actuais províncias de </span><a title="Maputo (província)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Maputo_(província)"><span style="color:#000000;">Maputo</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a class="mw-redirect" title="Gaza (Moçambique)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaza_(Moçambique)"><span style="color:#000000;">Gaza</span></a><span style="color:#000000;">), tinha a forma de “circunscrições indígenas”, cujos administradores tinham igualmente as funções de </span><a title="Juiz" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Juiz"><span style="color:#000000;">juízes</span></a><span style="color:#000000;">. Eram coadjuvados pelos régulos, nas “regedorias” em que as circunscrições se dividiam, que eram membros da </span><a class="new" title="Aristrocracia (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Aristrocracia&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">aristrocracia</span></a><span style="color:#000000;"> africana (portanto, aceites pelas populações) que aceitavam colaborar com o governo colonial; as suas principais funções eram cobrar o “imposto de palhota” e organizar a </span><a title="Mão-de-obra" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mão-de-obra"><span style="color:#000000;">mão-de-obra</span></a><span style="color:#000000;"> para as </span><a title="Mina" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mina"><span style="color:#000000;">minas</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Rand" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rand"><span style="color:#000000;">Rand</span></a><span style="color:#000000;"> e para as necessidades da administração.<br />Com a </span><a class="mw-redirect" title="Abolição da escravatura" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Abolição_da_escravatura"><span style="color:#000000;">abolição da escravatura</span></a><span style="color:#000000;"> por </span><a title="Decreto" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Decreto"><span style="color:#000000;">decreto</span></a><span style="color:#000000;"> régio, em 1875, e o seu declínio real, uns dez anos depois, o governo colonial viu-se obrigado a transformar Moçambique de uma colónia para extracção de </span><a class="mw-redirect" title="Recursos naturais" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Recursos_naturais"><span style="color:#000000;">recursos naturais</span></a><span style="color:#000000;">, num território que devia produzir bens para seu </span><a title="Consumo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Consumo"><span style="color:#000000;">consumo</span></a><span style="color:#000000;"> e para </span><a title="Exportação" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Exportação"><span style="color:#000000;">exportação</span></a><span style="color:#000000;"> para a “metrópole”. Essa foi a motivação principal para o estabelecimento duma administração efectiva, embora também pesassem as pressões internacionais decorrrentes da </span><a title="Conferência de Berlim" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Conferência_de_Berlim"><span style="color:#000000;">Conferência de Berlim</span></a><span style="color:#000000;"> e das pretensões territoriais dos </span><a title="Reino Unido" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido"><span style="color:#000000;">britânicos</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a class="mw-redirect" title="Países baixos" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Países_baixos"><span style="color:#000000;">holandeses</span></a><span style="color:#000000;">.<br /></span><a id="A_Ocupa.C3.A7.C3.A3o_Militar_de_Nampula" name="A_Ocupa.C3.A7.C3.A3o_Militar_de_Nampula"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>A Ocupação Militar de Nampula</strong><br />Os estados islâmicos da costa (Xeicado de Quitangonha, Reino de Sancul, Xeicado de Sangage e Sultanato de Angoche), em aliança com os pequenos reinos </span><a class="mw-redirect" title="Macua" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Macua"><span style="color:#000000;">macuas</span></a><span style="color:#000000;"> do interior conseguiram, até ao fim do </span><a title="Século XIX" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Século_XIX"><span style="color:#000000;">século XIX</span></a><span style="color:#000000;">, resistir à dominação portuguesa. Com uma técnica que, já naquela época, era considerada de </span><a title="Guerrilha" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerrilha"><span style="color:#000000;">guerrilha</span></a><span style="color:#000000;"> (Teixeira Botelho. 1936. História Militar e Política dos Portugueses em Moçambique. 1º vol. Centro Tipográfico Colonial, Lisboa, citado em UEM, 1982).<br />Depois de muitas tentativas, em 1905, os portugueses encetaram uma nova </span><a title="Tática" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tática"><span style="color:#000000;">tática</span></a><span style="color:#000000;">, enviando grandes colunas militares a partir da </span><a title="Ilha de Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Moçambique"><span style="color:#000000;">Ilha de Moçambique</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a class="new" title="Mossuril (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mossuril&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Mossuril</span></a><span style="color:#000000;">, que avançavam ao longo dos </span><a title="Rio" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio"><span style="color:#000000;">rios</span></a><span style="color:#000000;">, submetendo os chefes macuas. Nos locais onde conseguiam a colaboração destes, organizaram "Circunscrições" com uma administração incipiente, mas efectiva; onde não o conseguissem, instalavam "Capitanias-Mores" de base </span><a title="Militar" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Militar"><span style="color:#000000;">militar</span></a><span style="color:#000000;">. Dessa forma, conseguiram dividir o território e as suas populações, incentivando as rivalidades entre si e com os estados islâmicos, que acabaram por entrar em declínio e foram finalmente subjugados à administração colonial.<br /></span><a id="A_resist.C3.AAncia_.C3.A0_ocupa.C3.A7.C3.A3o_colonial_no_sul_de_Mo.C3.A7ambique" name="A_resist.C3.AAncia_.C3.A0_ocupa.C3.A7.C3.A3o_colonial_no_sul_de_Mo.C3.A7ambique"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>A resistência à ocupação colonial no sul de Moçambique</strong><br />Em </span><a title="1885" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1885"><span style="color:#000000;">1885</span></a><span style="color:#000000;"> (ano da </span><a title="Conferência de Berlim" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Conferência_de_Berlim"><span style="color:#000000;">Conferência de Berlim</span></a><span style="color:#000000;"> - da partilha de </span><a title="África" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãfrica"><span style="color:#000000;">África</span></a><span style="color:#000000;">), a autoridade colonial portuguesa no sul de Moçambique confinava-se a </span><a title="Lourenço Marques" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Lourenço_Marques"><span style="color:#000000;">Lourenço Marques</span></a><span style="color:#000000;"> mas, com o início da exploração das minas de </span><a title="Ouro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro"><span style="color:#000000;">ouro</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Transvaal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Transvaal"><span style="color:#000000;">Transvaal</span></a><span style="color:#000000;">, no ano seguinte, e o consequente aumento do </span><a title="Tráfego" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tráfego"><span style="color:#000000;">tráfego</span></a><span style="color:#000000;"> naquele </span><a title="Porto" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Porto"><span style="color:#000000;">porto</span></a><span style="color:#000000;">, os portugueses decidiram finalmente organizar o controlo das populações desta região. Estas constituíam um </span><a title="Mercado" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado"><span style="color:#000000;">mercado</span></a><span style="color:#000000;">, não só para os produtos exportados de Portugal (em particular as </span><a title="Bebida alcoólica" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bebida_alcoólica"><span style="color:#000000;">bebidas alcoólicas</span></a><span style="color:#000000;">), mas também de </span><a title="Mão-de-obra" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mão-de-obra"><span style="color:#000000;">mão-de-obra</span></a><span style="color:#000000;"> para as </span><a title="Mina" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mina"><span style="color:#000000;">minas</span></a><span style="color:#000000;"> sul-africanas, dificultando a sua mobilização para a construção do </span><a class="mw-redirect" title="Caminho-de-ferro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho-de-ferro"><span style="color:#000000;">caminho-de-ferro</span></a><span style="color:#000000;"> que ligaria o Transvaal ao porto de Lourenço Marques.<br />No ano seguinte, foi nomeado um Comissário-Residente para </span><a class="mw-redirect" title="Gaza (Moçambique)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaza_(Moçambique)"><span style="color:#000000;">Gaza</span></a><span style="color:#000000;">, que foi “promovido” a Intendente Geral em </span><a title="1889" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1889"><span style="color:#000000;">1889</span></a><span style="color:#000000;">, com a transferência de </span><a class="mw-redirect" title="Gungunhana" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gungunhana"><span style="color:#000000;">Gungunhana</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a class="mw-redirect" title="Mossurize" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mossurize"><span style="color:#000000;">Mossurize</span></a><span style="color:#000000;"> para </span><a title="Manjacaze" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Manjacaze"><span style="color:#000000;">Manjacaze</span></a><span style="color:#000000;">; em 1888, foi estabelecido um posto militar perto de </span><a title="Marracuene" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Marracuene"><span style="color:#000000;">Marracuene</span></a><span style="color:#000000;"> e, em 1890, foi nomeado um um Comissário-Residente para Lourenço Marques. Entretanto, em 1888, as autoridades coloniais reavivaram os “Termos de </span><a title="Vassalagem" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vassalagem"><span style="color:#000000;">Vassalagem</span></a><span style="color:#000000;">” com os reinos da região.<br />Mas estas medidas não foram suficientes, nem para cobrar o “imposto de palhota” (contribuição por </span><a title="Família" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Família"><span style="color:#000000;">família</span></a><span style="color:#000000;">, expresso nos “Termos de Vassalagem”, fixado naquela altura em 340 réis), nem para assegurar o recrutamento de mão-de-obra, uma vez que o trabalho nas minas sul-africanas rendia seis vezes mais do que os concessionários do caminho-de-ferro pagavam. Em 1992, o governo de </span><a title="Lisboa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboa"><span style="color:#000000;">Lisboa</span></a><span style="color:#000000;"> enviou a Moçambique </span><a class="mw-redirect" title="António Enes" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/António_Enes"><span style="color:#000000;">António Enes</span></a><span style="color:#000000;"> como Comissário Régio, para avaliar as condições económicas da Província e, no mesmo ano, os portugueses conseguiram realizar uma cobrança maciça do </span><a title="Imposto" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto"><span style="color:#000000;">imposto</span></a><span style="color:#000000;">, ameaçando os </span><a class="mw-redirect" title="Indígena" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Indígena"><span style="color:#000000;">indígenas</span></a><span style="color:#000000;"> de verem as suas palhotas queimadas, se não pagassem.<br />Em 1891, Gungunhana assinou com </span><a title="Cecil Rhodes" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cecil_Rhodes"><span style="color:#000000;">Cecil Rhodes</span></a><span style="color:#000000;"> um acordo relativo a direitos sobre a exploração de minério nas suas terras, a favor da </span><a class="new" title="Companhia Britânica Sul-Africana (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Companhia_Brit%C3%A2nica_Sul-Africana&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Companhia Britânica Sul-Africana</span></a><span style="color:#000000;">, a troco dum pagamento anual de cerca de 500 </span><a title="Libra" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Libra"><span style="color:#000000;">libras</span></a><span style="color:#000000;">. Tornava-se claro para os portugueses que só uma acção </span><a title="Militar" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Militar"><span style="color:#000000;">militar</span></a><span style="color:#000000;"> poderia forçar o estabelecimento da </span><a title="Autoridade" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Autoridade"><span style="color:#000000;">autoridade</span></a><span style="color:#000000;"> colonial na região. Esta acção, conhecida na altura como “Campanha de Pacificação”, foi despoletada pela recusa de Mahazula Magaia, um chefe tradicional da região de Marracuene, em aceitar a decisão do Comissário Residente sobre uma disputa de terras. A questão chegou a vias de facto, quando a guarnição militar portuguesa foi forçada a fugir para Lourenço Marques, perseguida pelos exércitos de Magaia, Zihlahla e Moamba, que cercaram a cidade entre Outubro e Novembro de </span><a title="1894" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1894"><span style="color:#000000;">1894</span></a><span style="color:#000000;">.<br />António Enes organizou as suas tropas e, no dia </span><a class="mw-redirect" title="2 de Fevereiro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/2_de_Fevereiro"><span style="color:#000000;">2 de Fevereiro</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="1895" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1895"><span style="color:#000000;">1895</span></a><span style="color:#000000;">, perseguiu e derrotou (embora com dificuldade e pesadas baixas) os atacantes em Marracuene. Este dia continua a ser celebrado naquela vila com uma cerimónia chamada “Gwaza Muthine”. Os chefes rebeldes refugiaram-se em Gaza, sob a protecção de Gungunhana. Depois de várias tentativas de negociações com o </span><a title="Império de Gaza" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Império_de_Gaza"><span style="color:#000000;">rei de Gaza</span></a><span style="color:#000000;">, pedindo a </span><a title="Extradição" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Extradição"><span style="color:#000000;">extradição</span></a><span style="color:#000000;"> daqueles chefes, os portugueses resolveram atacar de novo. A </span><a class="mw-redirect" title="8 de Setembro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/8_de_Setembro"><span style="color:#000000;">8 de Setembro</span></a><span style="color:#000000;">, travou-se a batalha de </span><a class="new" title="Magul (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Magul&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Magul</span></a><span style="color:#000000;">, onde se encontrava </span><a class="new" title="Zihlahla (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Zihlahla&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Zihlahla</span></a><span style="color:#000000;"> e, a </span><a class="mw-redirect" title="7 de Novembro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/7_de_Novembro"><span style="color:#000000;">7 de Novembro</span></a><span style="color:#000000;">, uma outra coluna proveniente de Inhambane defrontou-se com o exército de Gungunhana em </span><a class="new" title="Coelela (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Coelela&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Coelela</span></a><span style="color:#000000;">, perto da sua capital. Em Dezembro, </span><a title="Mouzinho de Albuquerque" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mouzinho_de_Albuquerque"><span style="color:#000000;">Mouzinho de Albuquerque</span></a><span style="color:#000000;"> cercou </span><a title="Chaimite" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Chaimite"><span style="color:#000000;">Chaimite</span></a><span style="color:#000000;"> e prendeu o imperador, que ali se tinha refugiado, mandando-o depois para os </span><a title="Açores" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Açores"><span style="color:#000000;">Açores</span></a><span style="color:#000000;">, onde veio a morrer.<br />O exército de Gungunhana continuou a resistir à autoridade colonial, sob a liderança de </span><a class="new" title="Maguiguane Cossa (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Maguiguane_Cossa&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Maguiguane Cossa</span></a><span style="color:#000000;">, que só foi derrotado a </span><a class="mw-redirect" title="21 de Julho" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/21_de_Julho"><span style="color:#000000;">21 de Julho</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="1897" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1897"><span style="color:#000000;">1897</span></a><span style="color:#000000;">, em </span><a class="new" title="Macontene (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Macontene&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Macontene</span></a><span style="color:#000000;"> (a 10 km do Chibuto). Com esta </span><a title="Vitória" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vitória"><span style="color:#000000;">vitória</span></a><span style="color:#000000;">, a autoridade colonial foi finalmente estabelecida no sul de Moçambique.<br /></span><a id="Companhia_do_Niassa_e_a_ocupa.C3.A7.C3.A3o_de_Cabo_Delgado_e_Niassa" name="Companhia_do_Niassa_e_a_ocupa.C3.A7.C3.A3o_de_Cabo_Delgado_e_Niassa"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>Companhia do Niassa e a ocupação de Cabo Delgado e Niassa<br /></strong>A </span><a title="Companhia do Niassa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_do_Niassa"><span style="color:#000000;">Companhia do Niassa</span></a><span style="color:#000000;"> foi formada por alvará régio de </span><a title="1890" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1890"><span style="color:#000000;">1890</span></a><span style="color:#000000;">, com poderes para administrar as actuais províncias de </span><a title="Cabo Delgado" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Delgado"><span style="color:#000000;">Cabo Delgado</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a title="Niassa (província)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Niassa_(província)"><span style="color:#000000;">Niassa</span></a><span style="color:#000000;">, desde o </span><a title="Rio Rovuma" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Rovuma"><span style="color:#000000;">rio Rovuma</span></a><span style="color:#000000;"> ao </span><a class="new" title="Rio Lúrio (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Rio_L%C3%BArio&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">rio Lúrio</span></a><span style="color:#000000;"> e do </span><a title="Oceano Índico" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Ãndico"><span style="color:#000000;">Oceano Índico</span></a><span style="color:#000000;"> ao </span><a title="Lago Niassa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Lago_Niassa"><span style="color:#000000;">Lago Niassa</span></a><span style="color:#000000;">, numa extensão de mais de 160 mil km². Com o apoio dum pequeno </span><a title="Exército" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Exército"><span style="color:#000000;">exército</span></a><span style="color:#000000;"> fornecido pela administração colonial, formado por 300 “soldados regulares” (leia-se portugueses) e 2800 “sipaios” (</span><a class="mw-redirect" title="Indígena" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Indígena"><span style="color:#000000;">indígenas</span></a><span style="color:#000000;"> recrutados noutras regiões de Moçambique), a Companhia tentou ocupar militarmente o território a partir de 1899. Teve imediato êxito na conquista das terras do Chefe Mataca (ver Os Estados Ajaua, acima), que tinha abandonado a sua sede, e assegurar uma posição militar em Metarica, no Niassa. Em 1900 e 1902, tomou Messumba e </span><a title="Metangula" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Metangula"><span style="color:#000000;">Metangula</span></a><span style="color:#000000;">, nas margens do Lago Niassa.<br />Durante a Primeira Guerra Mundial, o território da Companhia foi palco de várias operações de resistência por parte dos chefes locais e invadido pelos </span><a title="Alemanha" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha"><span style="color:#000000;">alemães</span></a><span style="color:#000000;"> (ver </span><a class="mw-redirect" title="Triângulo de Quionga" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Triângulo_de_Quionga"><span style="color:#000000;">Triângulo de Quionga</span></a><span style="color:#000000;">). Para resistir a essa invasão, foi aberta uma estrada de mais de 300 km, entre Mocímboa do Rovuma e Porto Amélia (actual Pemba), o que significou a ocupação efectiva do </span><a class="new" title="Planalto de Mueda (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Planalto_de_Mueda&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">planalto de Mueda</span></a><span style="color:#000000;">; no entanto, só em 1920 a Companhia conseguiu assegurar essa ocupação, depois de várias operações militares contra os </span><a title="Maconde" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Maconde"><span style="color:#000000;">macondes</span></a><span style="color:#000000;">, fortemente armados. Como se verá mais tarde, esta tribo foi um dos primeiros e principais suportes da </span><a class="mw-redirect" title="Luta Armada de Libertação Nacional" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Luta_Armada_de_Libertação_Nacional"><span style="color:#000000;">Luta Armada de Libertação Nacional</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Em </span><a title="1929" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1929"><span style="color:#000000;">1929</span></a><span style="color:#000000;"> extingue-se a Companhia do Niassa, passando o território para a administração directa do governo colonial. No entanto, as estruturas administrativas, na forma de circunscrições e regulados, asseguradas por agentes do Estado, já tinham sido implantadas em grande parte do território.<br /></span><a id="Pol.C3.ADtica_colonial_entre_1900_e_1930" name="Pol.C3.ADtica_colonial_entre_1900_e_1930"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>Política colonial entre 1900 e 1930</strong><br />Com a derrota militar dos chefes locais, o governo da Província pode finalmente organizar a </span><a title="Administração" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Administração"><span style="color:#000000;">administração</span></a><span style="color:#000000;"> do território, com a instituição do Regulado. O governo recrutava membros da </span><a title="Aristocracia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristocracia"><span style="color:#000000;">aristocracia</span></a><span style="color:#000000;"> indígena como </span><a title="Régulo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Régulo"><span style="color:#000000;">Régulos</span></a><span style="color:#000000;">, encarregados da colecta do imposto-de-palhota, do recrutamento de trabalhadores para a administração e da proibição da venda de quaisquer </span><a title="Bebida alcoólica" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bebida_alcoólica"><span style="color:#000000;">bebidas alcoólicas</span></a><span style="color:#000000;"> que não fossem provenientes da </span><a title="Metrópole" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Metrópole"><span style="color:#000000;">Metrópole</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Para além disso e, na impossibilidade de impedir a </span><a title="Migração" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Migração"><span style="color:#000000;">migração</span></a><span style="color:#000000;"> de trabalhadores para as minas sul-africanas, firmou um acordo, primeiro com a </span><a title="República Sul-Africana" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/República_Sul-Africana"><span style="color:#000000;">República Sul-Africana</span></a><span style="color:#000000;"> e, quando esta foi submetida pelos britânicos, com a respectiva autoridade, regulamentando o trabalho migratório e assegurando o tráfico através do porto de Lourenço Marques. No primeiro acordo, o governo da Província recebia uma taxa por cada trabalhador recrutado; mais tarde, o acordo incluía a retenção de metade do </span><a title="Salário" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Salário"><span style="color:#000000;">salário</span></a><span style="color:#000000;"> dos mineiros, que era pago à colónia em </span><a title="Ouro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro"><span style="color:#000000;">ouro</span></a><span style="color:#000000;">, sendo o montante respectivo entregue aos mineiros no seu regresso, em moeda local.<br /></span><a id="O_Estado_Novo" name="O_Estado_Novo"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>O Estado Novo</strong><br /></span><a class="image" title="Crystal Clear app xmag.png" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.png"></a><br /><span style="color:#000000;">Com a “</span><a title="Eleição" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Eleição"><span style="color:#000000;">eleição</span></a><span style="color:#000000;">” de </span><a class="mw-redirect" title="Óscar Carmona" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Óscar_Carmona"><span style="color:#000000;">Óscar Carmona</span></a><span style="color:#000000;">, em </span><a title="1928" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1928"><span style="color:#000000;">1928</span></a><span style="color:#000000;">, que chamou </span><a title="António de Oliveira Salazar" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/António_de_Oliveira_Salazar"><span style="color:#000000;">Salazar</span></a><span style="color:#000000;"> para seu ministro das finanças, a administração das colónias como fonte de </span><a class="mw-redirect" title="Matéria prima" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Matéria_prima"><span style="color:#000000;">matérias primas</span></a><span style="color:#000000;"> para a </span><a title="Indústria" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Indústria"><span style="color:#000000;">indústria</span></a><span style="color:#000000;"> da “metrópole” tornou-se mais eficiente. Em </span><a title="1930" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1930"><span style="color:#000000;">1930</span></a><span style="color:#000000;"> foi publicado o </span><a title="Acto Colonial" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Acto_Colonial"><span style="color:#000000;">Acto Colonial</span></a><span style="color:#000000;">, legislação que organizava o papel do </span><a title="Estado" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado"><span style="color:#000000;">estado</span></a><span style="color:#000000;"> nas colónias portuguesas:<br />a nomeação de administradores para as circunscrições “indígenas”, que passaram a organizar os seus pequenos exércitos de </span><a class="mw-redirect" title="Sipaio" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sipaio"><span style="color:#000000;">sipaios</span></a><span style="color:#000000;">;<br />os recenseamentos que determinavam a cobrança de impostos e a “venda” de mão-de-obra para as minas </span><a title="África do Sul" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãfrica_do_Sul"><span style="color:#000000;">sul-africanas</span></a><span style="color:#000000;">;<br />a criação de “Tribunais Privativos dos Indígenas”;<br />a definição da </span><a title="Igreja Católica" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Católica"><span style="color:#000000;">Igreja Católica</span></a><span style="color:#000000;"> como principal força “civilizadora” dos </span><a class="mw-redirect" title="Indígena" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Indígena"><span style="color:#000000;">indígenas</span></a><span style="color:#000000;">, passando a ser a principal forma de </span><a title="Educação" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Educação"><span style="color:#000000;">educação</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Depois, com a nova constituição portuguesa em </span><a title="1933" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1933"><span style="color:#000000;">1933</span></a><span style="color:#000000;">, Salazar e os seus braços nas colónias transportaram para África (e Índia) a repressão mais brutal sobre os </span><a class="mw-redirect" title="Indígena" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Indígena"><span style="color:#000000;">indígenas</span></a><span style="color:#000000;">, ao mesmo tempo que incentivavam os seus cidadãos mais pobres a </span><a title="Emigração" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Emigração"><span style="color:#000000;">emigrarem</span></a><span style="color:#000000;"> para essas terras.<br />Na </span><a title="Década de 1950" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Década_de_1950"><span style="color:#000000;">década de 1950</span></a><span style="color:#000000;">, o governo colonial lançou os </span><a class="new" title="Planos de Fomento (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Planos_de_Fomento&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Planos de Fomento</span></a><span style="color:#000000;"> para as colónias, incluindo o financiamento à construção de infraestruturas (principalmente as que estavam relacionadas com o </span><a title="Comércio" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Comércio"><span style="color:#000000;">comércio</span></a><span style="color:#000000;"> regional, como os </span><a title="Porto" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Porto"><span style="color:#000000;">portos</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a title="Ferrovia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrovia"><span style="color:#000000;">caminhos de ferro</span></a><span style="color:#000000;">) e à fixação de colonos. O I Plano de Fomento, relativo aos anos 1953-1958, previa um investimento em Moçambique de 1.848.500 contos, com 63% destinados às </span><a title="Infraestrutura" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Infraestrutura"><span style="color:#000000;">infraestruturas</span></a><span style="color:#000000;"> e 34% ao “aproveitamento de recursos e </span><a title="Povoamento" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Povoamento"><span style="color:#000000;">povoamento</span></a><span style="color:#000000;">”. Ao abrigo deste investimento, em 1960 já tinham sido instaladas no </span><a title="Colonato" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colonato"><span style="color:#000000;">colonato</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Rio Limpopo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Limpopo"><span style="color:#000000;">Limpopo</span></a><span style="color:#000000;"> 1400 famílias.<br />Apenas na </span><a title="Década de 1960" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Década_de_1960"><span style="color:#000000;">década de 1960</span></a><span style="color:#000000;"> se deu início a alguma </span><a class="mw-redirect" title="Industria" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Industria"><span style="color:#000000;">industrializa</span></a><span style="color:#000000;">ção.<br /></span><a id="A_Guerra_de_Liberta.C3.A7.C3.A3o" name="A_Guerra_de_Liberta.C3.A7.C3.A3o"></a><br /><strong><span style="color:#000000;">A Guerra de Libertação<br /></span></strong><a class="image" title="Crystal Clear app xmag.png" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.png"></a><span style="color:#000000;">Ver artigo principal: </span><a class="mw-redirect" title="Luta Armada de Libertação Nacional" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Luta_Armada_de_Libertação_Nacional"><span style="color:#000000;">Luta Armada de Libertação Nacional</span></a><span style="color:#000000;"><br />Para além das várias acções de </span><a title="Resistência" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Resistência"><span style="color:#000000;">resistência</span></a><span style="color:#000000;"> ao domínio </span><a title="Colónia (história)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colónia_(história)"><span style="color:#000000;">colonial</span></a><span style="color:#000000;">, a última das quais culminou com a prisão e </span><a title="Deportação" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Deportação"><span style="color:#000000;">deportação</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Imperador" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Imperador"><span style="color:#000000;">imperador</span></a><span style="color:#000000;"> </span><a class="mw-redirect" title="Gungunhana" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gungunhana"><span style="color:#000000;">Gungunhana</span></a><span style="color:#000000;">, a fase final da luta de libertação de </span><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">Moçambique</span></a><span style="color:#000000;"> começou com a </span><a title="Independência" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Independência"><span style="color:#000000;">independência</span></a><span style="color:#000000;"> das colónias </span><a title="França" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/França"><span style="color:#000000;">francesas</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a title="Inglaterra" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterra"><span style="color:#000000;">inglesas</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="África" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãfrica"><span style="color:#000000;">África</span></a><span style="color:#000000;">. Em 1959-1960, formaram-se três movimentos formais de resistência à dominação </span><a title="Portugal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal"><span style="color:#000000;">portuguesa</span></a><span style="color:#000000;"> de Moçambique:<br /></span><a class="mw-redirect" title="UDENAMO" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/UDENAMO"><span style="color:#000000;">UDENAMO</span></a><span style="color:#000000;"> – União Democrática Nacional de Moçambique;<br /></span><a class="mw-redirect" title="MANU" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/MANU"><span style="color:#000000;">MANU</span></a><span style="color:#000000;"> – Mozambique African National Union (à maneira da </span><a class="mw-redirect" title="KANU" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/KANU"><span style="color:#000000;">KANU</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Quénia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Quénia"><span style="color:#000000;">Quénia</span></a><span style="color:#000000;">); e<br /></span><a class="new" title="UNAMI (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=UNAMI&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">UNAMI</span></a><span style="color:#000000;"> – União Nacional Africana para Moçambique Independente.<br />Estes três movimentos tinham sede em países diferentes e uma base social e étnica também diferentes mas, em 1962, sob os auspícios de </span><a title="Julius Nyerere" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Julius_Nyerere"><span style="color:#000000;">Julius Nyerere</span></a><span style="color:#000000;">, primeiro presidente da </span><a title="Tanzânia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tanzânia"><span style="color:#000000;">Tanzânia</span></a><span style="color:#000000;">, estes movimentos uniram-se para darem origem à </span><a class="mw-redirect" title="FRELIMO" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/FRELIMO"><span style="color:#000000;">FRELIMO</span></a><span style="color:#000000;"> – Frente de Libertação de Moçambique – oficialmente fundada em </span><a class="mw-redirect" title="25 de Junho" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_Junho"><span style="color:#000000;">25 de Junho</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="1962" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1962"><span style="color:#000000;">1962</span></a><span style="color:#000000;">.<br />O primeiro presidente da FRELIMO foi o Dr. </span><a title="Eduardo Mondlane" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Mondlane"><span style="color:#000000;">Eduardo Chivambo Mondlane</span></a><span style="color:#000000;">, um </span><a title="Antropologia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia"><span style="color:#000000;">antropólogo</span></a><span style="color:#000000;"> que trabalhava na </span><a class="mw-redirect" title="ONU" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/ONU"><span style="color:#000000;">ONU</span></a><span style="color:#000000;"> e que já tinha tido contactos com um governante português, </span><a title="Adriano Moreira" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Adriano_Moreira"><span style="color:#000000;">Adriano Moreira</span></a><span style="color:#000000;">. Nesta altura, ainda se pensava que seria possível conseguir a independência das colónias portuguesas sem recorrer à luta armada.<br />No entanto, os contactos </span><a title="Diplomacia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Diplomacia"><span style="color:#000000;">diplomáticos</span></a><span style="color:#000000;"> estabelecidos não resultaram e a FRELIMO decidiu entrar pela via da guerra de </span><a title="Guerrilha" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerrilha"><span style="color:#000000;">guerrilha</span></a><span style="color:#000000;"> para tentar forçar o governo português a aceitar a independência das suas colónias. A </span><a class="mw-redirect" title="Luta Armada de Libertação Nacional" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Luta_Armada_de_Libertação_Nacional"><span style="color:#000000;">Luta Armada de Libertação Nacional</span></a><span style="color:#000000;"> foi lançada oficialmente em </span><a class="mw-redirect" title="25 de Setembro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_Setembro"><span style="color:#000000;">25 de Setembro</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="1964" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1964"><span style="color:#000000;">1964</span></a><span style="color:#000000;">, com um ataque ao </span><a title="Posto administrativo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Posto_administrativo"><span style="color:#000000;">posto administrativo</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="Chai" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Chai"><span style="color:#000000;">Chai</span></a><span style="color:#000000;"> no então distrito e, mais tarde, província de </span><a title="Cabo Delgado (província)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Delgado_(província)"><span style="color:#000000;">Cabo Delgado</span></a><span style="color:#000000;">.<br />A guerra de libertação, uma luta de </span><a title="Guerrilha" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerrilha"><span style="color:#000000;">guerrilha</span></a><span style="color:#000000;">, expandiu-se para as províncias de </span><a title="Niassa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Niassa"><span style="color:#000000;">Niassa</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a title="Tete (província)" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tete_(província)"><span style="color:#000000;">Tete</span></a><span style="color:#000000;"> e durou cerca de 10 anos. Durante esse período, foram organizadas várias áreas onde a administração colonial já não tinha controlo – as </span><a class="new" title="Zonas Libertadas (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Zonas_Libertadas&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Zonas Libertadas</span></a><span style="color:#000000;"> – e onde a FRELIMO instituiu um sistema de governo baseado na sua necessidade em ter bases seguras, abastecimento em víveres e vias de comunicação com as suas bases recuadas na Tanzânia e com as frentes de combate.<br />Finalmente, a guerra terminou com os </span><a title="Acordos de Lusaka" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Acordos_de_Lusaka"><span style="color:#000000;">Acordos de Lusaka</span></a><span style="color:#000000;">, assinados a </span><a class="mw-redirect" title="7 de Setembro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/7_de_Setembro"><span style="color:#000000;">7 de Setembro</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="1974" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1974"><span style="color:#000000;">1974</span></a><span style="color:#000000;"> entre o governo português e a FRELIMO, na sequência da </span><a title="Revolução dos Cravos" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolução_dos_Cravos"><span style="color:#000000;">Revolução dos Cravos</span></a><span style="color:#000000;">. Ao abrigo desse acordo, foi formado um </span><a class="new" title="Governo de Transição (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Governo_de_Transi%C3%A7%C3%A3o&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Governo de Transição</span></a><span style="color:#000000;">, chefiado por </span><a title="Joaquim Chissano" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Chissano"><span style="color:#000000;">Joaquim Chissano</span></a><span style="color:#000000;">, que incluía </span><a class="new" title="Ministro (política) (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ministro_(pol%C3%ADtica)&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">ministros</span></a><span style="color:#000000;"> nomeados pelo governo português e outros nomeados pela FRELIMO. A soberania portuguesa era representada por um </span><a class="new" title="Alto Comissário (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Alto_Comiss%C3%A1rio&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Alto Comissário</span></a><span style="color:#000000;">, que foi </span><a class="new" title="Víctor Crespo (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=V%C3%ADctor_Crespo&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Víctor Crespo</span></a><span style="color:#000000;">.<br /></span><a id="Hist.C3.B3ria_P.C3.B3s-Independ.C3.AAncia" name="Hist.C3.B3ria_P.C3.B3s-Independ.C3.AAncia"></a><br /><strong><span style="color:#000000;">História Pós-Independência<br /></span></strong><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">Moçambique</span></a><span style="color:#000000;"> tornou-se independente de </span><a title="Portugal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal"><span style="color:#000000;">Portugal</span></a><span style="color:#000000;"> em </span><a class="mw-redirect" title="25 de Junho" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_Junho"><span style="color:#000000;">25 de Junho</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="1975" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1975"><span style="color:#000000;">1975</span></a><span style="color:#000000;">. O primeiro governo, dirigido por </span><a title="Samora Machel" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Samora_Machel"><span style="color:#000000;">Samora Machel</span></a><span style="color:#000000;">, foi formado pela </span><a class="mw-redirect" title="FRELIMO" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/FRELIMO"><span style="color:#000000;">FRELIMO</span></a><span style="color:#000000;">, a organização política que tinha negociado a </span><a title="Independência" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Independência"><span style="color:#000000;">independência</span></a><span style="color:#000000;"> com Portugal.<br /></span><a id="As_nacionaliza.C3.A7.C3.B5es" name="As_nacionaliza.C3.A7.C3.B5es"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>As nacionalizações<br /></strong>O mandato deste primeiro governo de Moçambique independente era o de restituir ao povo moçambicano os direitos que lhe tinham sido negados pelas autoridades </span><a title="Colónia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colónia"><span style="color:#000000;">coloniais</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Com esse fim, em </span><a class="mw-redirect" title="24 de Julho" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/24_de_Julho"><span style="color:#000000;">24 de Julho</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="1975" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1975"><span style="color:#000000;">1975</span></a><span style="color:#000000;">, o governo declarou a </span><a title="Nacionalização" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalização"><span style="color:#000000;">nacionalização</span></a><span style="color:#000000;"> da </span><a title="Saúde" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Saúde"><span style="color:#000000;">Saúde</span></a><span style="color:#000000;">, da </span><a title="Educação" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Educação"><span style="color:#000000;">Educação</span></a><span style="color:#000000;"> e da </span><a title="Justiça" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Justiça"><span style="color:#000000;">Justiça</span></a><span style="color:#000000;"> e, em </span><a title="1976" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1976"><span style="color:#000000;">1976</span></a><span style="color:#000000;">, das casas de rendimento, ou seja, qualquer moçambicano ou estrangeiro residente passou a ter direito a ser proprietário duma casa para </span><a title="Habitação" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Habitação"><span style="color:#000000;">habitação</span></a><span style="color:#000000;"> permanente e de uma de férias, mas perdeu o direito a arrendar casas de habitação a outrem. O governo assumiu a gestão das casas que estavam arrendadas nessa altura, formando para isso uma empresa denominada Administração do Parque Imobiliário do Estado ou </span><a title="APIE" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/APIE"><span style="color:#000000;">APIE</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Em relação à Saúde, o governo transferiu para as unidades estatais (Ministério e hospitais), o equipamento e pessoal dos consultórios e clínicas privadas e das empresas de funerais. Na Educação, o estado nomeou administradores para as escolas privadas, cujo pessoal passava à responsabilidade do Estado. Muitas das unidades privadas de saúde e educação pertenciam a igrejas cristãs, principalmente à </span><a title="Igreja Católica" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Católica"><span style="color:#000000;">Igreja Católica</span></a><span style="color:#000000;">, e estas nacionalizações, associadas à propaganda oficial </span><a class="mw-redirect" title="Socialista" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Socialista"><span style="color:#000000;">socialista</span></a><span style="color:#000000;"> e fortemente laica, também considerada como "anti-religiosa", criaram um clima de animosidade entre algumas destas igrejas e seus crentes e o estado (ou a FRELIMO, que era de facto a força política que comandava o estado).<br />Estas nacionalizações foram a causa próxima para uma vaga de abandono do país de muitos indivíduos que eram proprietários daqueles serviços sociais ou simplesmente se encontravam habituados aos serviços de determinados especialistas ou ao atendimento exclusivo; como esses indivíduos, na maioria portugueses, eram muitas vezes igualmente proprietários de fábricas, barcos de pesca ou outros meios de produção, o governo viu-se obrigado a assumir a gestão dessas unidades de produção. Numa primeira fase, organizou-se, para as unidades mais pequenas, um sistema de </span><a class="new" title="Auto-gestão (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Auto-gest%C3%A3o&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">auto-gestão</span></a><span style="color:#000000;"> em que comités de trabalhadores, normalmente organizados pelas </span><a class="new" title="Célula (política) (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=C%C3%A9lula_(pol%C3%ADtica)&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">células</span></a><span style="color:#000000;"> da FRELIMO, também chamadas </span><a title="Grupos Dinamizadores" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Grupos_Dinamizadores"><span style="color:#000000;">Grupos Dinamizadores</span></a><span style="color:#000000;">, assumiam a gestão de facto.<br />Mais tarde, em face da falta de capacidade de gestão e das dificuldades económicas prevalecentes, o governo começou a aglutinar pequenas empresas do mesmo ramo, primeiro em </span><a class="new" title="Unidades de Direcção (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Unidades_de_Direc%C3%A7%C3%A3o&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Unidades de Direcção</span></a><span style="color:#000000;"> e depois em </span><a title="Empresa estatal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_estatal"><span style="color:#000000;">Empresas Estatais</span></a><span style="color:#000000;">.<br /></span><a id="As_Empresas_Estatais" name="As_Empresas_Estatais"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong>As Empresas Estatais<br /></strong>As primeiras Empresas Estatais (EE) foram formadas ainda dentro do mesmo espírito de que o Estado deveria assegurar ao Povo os bens de primeira necessidade "livres" da exploração </span><a title="Mercantilismo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercantilismo"><span style="color:#000000;">mercantilista</span></a><span style="color:#000000;">. Uma destas empresas foi uma "importação" das </span><a class="new" title="Zonas libertadas (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Zonas_libertadas&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">zonas libertadas</span></a><span style="color:#000000;">: a EE das </span><a class="new" title="Lojas do Povo (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Lojas_do_Povo&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Lojas do Povo</span></a><span style="color:#000000;">, uma empresa de grandes supermercados de comércio geral.<br />Outras EE do ramo comercial foram a PESCOM, que assegurava a </span><a title="Importação" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Importação"><span style="color:#000000;">importação</span></a><span style="color:#000000;"> e distribuição de </span><a title="Carapau" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Carapau"><span style="color:#000000;">carapau</span></a><span style="color:#000000;">, que era a base proteica mais facilmente disponível e, mais tarde, da exportação do </span><a title="Camarão" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Camarão"><span style="color:#000000;">camarão</span></a><span style="color:#000000;"> e outros mariscos das EE de </span><a title="Pesca" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pesca"><span style="color:#000000;">pesca</span></a><span style="color:#000000;">; a ENACOMO que era uma importadora e exportadora de produtos principalmente agrícolas; a MEDIMOC, ainda hoje existente, que assegurava a importação de medicamentos e material hospitalar.<br /></span><a id="A_socializa.C3.A7.C3.A3o_do_campo" name="A_socializa.C3.A7.C3.A3o_do_campo"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong><span style="font-size:130%;">A socialização do campo<br /></span></strong>Um dos pilares da estratégia de desenvolvimento desenhada pela </span><a class="mw-redirect" title="FRELIMO" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/FRELIMO"><span style="color:#000000;">FRELIMO</span></a><span style="color:#000000;"> nos primeiros anos a seguir à </span><a title="Independência" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Independência"><span style="color:#000000;">Independência</span></a><span style="color:#000000;"> foi a socialização do campo. Com esta política, o governo pretendia promover o aumento da produção agrícola, uma vez que mais de 80% da população vivia nas zonas rurais, ao mesmo tempo que melhorava as suas condições de vida.<br />O governo </span><a title="Colónia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colónia"><span style="color:#000000;">colonial</span></a><span style="color:#000000;"> tinha aproveitado as excelentes condições naturais de Moçambique, em termos de </span><a title="Clima" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Clima"><span style="color:#000000;">clima</span></a><span style="color:#000000;">, </span><a title="Solo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Solo"><span style="color:#000000;">solos</span></a><span style="color:#000000;"> e água, para fomentar culturas de rendimento, como o </span><a title="Algodão" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Algodão"><span style="color:#000000;">algodão</span></a><span style="color:#000000;">, o </span><a title="Caju" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Caju"><span style="color:#000000;">caju</span></a><span style="color:#000000;">, o </span><a title="Chá" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Chá"><span style="color:#000000;">chá</span></a><span style="color:#000000;"> e outras baseando-se, quer em companhias privadas que detinham a concessão de vastas áreas onde exerciam o </span><a title="Monopólio" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Monopólio"><span style="color:#000000;">monopólio</span></a><span style="color:#000000;"> da venda de insumos e da compra dos produtos, quer de instituições estatais (como, por exemplo, o Instituto do Algodão) que apoiavam os agricultores nesses serviços, mas dando prioridade aos colonos portugueses agregados nos </span><a title="Colonato" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colonato"><span style="color:#000000;">colonatos</span></a><span style="color:#000000;">.<br />O novo governo de Moçambique decidiu que o desenvolvimento agrícola deveria ter como base as </span><a class="mw-redirect" title="Cooperativa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cooperativa"><span style="color:#000000;">cooperativas</span></a><span style="color:#000000;"> agrícolas - às quais o governo deveria assegurar o aprovisionamento em sementes e outros insumos e, ao mesmo tempo, a compra da produção de rendimento - com os camponeses organizados em </span><a class="new" title="Aldeia comunal (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Aldeia_comunal&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">aldeias comunais</span></a><span style="color:#000000;">, que eram agregados populacionais, onde o governo iria apoiar na construção de </span><a title="Infraestrutura" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Infraestrutura"><span style="color:#000000;">infraestruturas</span></a><span style="color:#000000;"> sociais, como escolas, centros de saúde e rede viária, mas tendo como base o poder económico das cooperativas e a mão de obra rural.<br />A organização das cooperativas e mesmo das aldeias comunais não foi difícil, dado o clima de </span><a title="Euforia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Euforia"><span style="color:#000000;">euforia</span></a><span style="color:#000000;"> e de organização que se vivia naqueles primeiros anos da independência, mas a acção do estado em termos de </span><a title="Aprovisionamento" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Aprovisionamento"><span style="color:#000000;">aprovisionamento</span></a><span style="color:#000000;"> e de compra da produção, e mesmo da organização das </span><a title="Infraestrutura" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Infraestrutura"><span style="color:#000000;">infraestruturas</span></a><span style="color:#000000;"> sociais, não conseguiu acompanhar o esforço dos camponeses.<br />Então, no início dos anos 80 – quando o Presidente Samora "decretou" a década de 1981-1990 como a "década da vitória sobre o </span><a title="Subdesenvolvimento" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Subdesenvolvimento"><span style="color:#000000;">subdesenvolvimento</span></a><span style="color:#000000;">" – o estado mudou a sua estratégia para a organização de grandes </span><a title="Empresa estatal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_estatal"><span style="color:#000000;">empresas estatais</span></a><span style="color:#000000;"> no campo, essa organização tomava a forma de </span><a class="mw-redirect" title="Machamba" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Machamba"><span style="color:#000000;">machambas estatais</span></a><span style="color:#000000;">. Pretendia-se com essa estratégia que os camponeses continuassem a produzir a sua base alimentar (dentro da forma de organização dos </span><a class="mw-redirect" title="Bantu" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bantu"><span style="color:#000000;">Bantu</span></a><span style="color:#000000;"> é a Mulher que assegura a alimentação da família), enquanto as terras dos antigos </span><a title="Colonato" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colonato"><span style="color:#000000;">colonatos</span></a><span style="color:#000000;"> passsavam a ser geridas centralmente e a sua produção assegurada com base na </span><a title="Mão-de-obra" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mão-de-obra"><span style="color:#000000;">mão-de-obra</span></a><span style="color:#000000;"> local.<br /></span><a id="A_Guerra_Civil" name="A_Guerra_Civil"></a><span style="color:#000000;"><span style="font-size:130%;">A GUERRA CIVIL</span><br />Apesar da transição para a independência ter sido pacífica, </span><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">Moçambique</span></a><span style="color:#000000;"> não conheceu a Paz durante muitos anos. Imediatamente a seguir à independência, alguns militares (ou ex-militares) </span><a title="Portugal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal"><span style="color:#000000;">portugueses</span></a><span style="color:#000000;"> e dissidentes da </span><a class="mw-redirect" title="FRELIMO" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/FRELIMO"><span style="color:#000000;">FRELIMO</span></a><span style="color:#000000;"> instalaram-se na </span><a title="Rodésia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rodésia"><span style="color:#000000;">Rodésia</span></a><span style="color:#000000;">, que vivia uma situação de "independência unilateral" não reconhecida pela maior parte dos países do mundo. O regime de </span><a title="Ian Smith" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ian_Smith"><span style="color:#000000;">Ian Smith</span></a><span style="color:#000000;">, já a braços com um movimento interno de resistência que aparentemente tinha algumas bases em Moçambique, aproveitou esses dissidentes para atacar essas bases.<br />De facto, a FRELIMO apoiava esses rebeldes rodesianos e, em 1976, o governo de Moçambique declarou oficialmente aplicar as sanções estabelecidas pela </span><a class="mw-redirect" title="ONU" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/ONU"><span style="color:#000000;">ONU</span></a><span style="color:#000000;"> contra o governo ilegal de </span><a title="Harare" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Harare"><span style="color:#000000;">Salisbúria</span></a><span style="color:#000000;"> e fechou as fronteiras com aquele país. A Rodésia dependia em grande parte do </span><a class="new" title="Corredor da Beira (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Corredor_da_Beira&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">corredor da Beira</span></a><span style="color:#000000;">, incluindo a linha de caminhos de ferro, a estrada e o oleaduto que ligavam o porto da Beira àquele país encravado. Embora, a Rodésia tivesse boas relações com o regime </span><a title="África do Sul" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ãfrica_do_Sul"><span style="color:#000000;">sul-africano</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Apartheid" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Apartheid"><span style="color:#000000;">apartheid</span></a><span style="color:#000000;">, este fecho das suas fontes de abastecimento foi um duro golpe para o regime rodesiano.<br />Pouco tempo depois, para além de intensificarem os ataques contra estradas, pontes e colunas de abastecimento dentro de Moçambique, os rodesianos ofereceram aos dissidentes moçambicanos espaço para formarem um movimento de resistência – a "REsistência NAcional MOçambicana" ou </span><a class="mw-redirect" title="RENAMO" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/RENAMO"><span style="color:#000000;">RENAMO</span></a><span style="color:#000000;"> – e criarem uma estação de rádio usada para propaganda antigovernamental.<br />Até </span><a title="1980" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1980"><span style="color:#000000;">1980</span></a><span style="color:#000000;">, data da independência do </span><a title="Zimbabwe" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbabwe"><span style="color:#000000;">Zimbabwe</span></a><span style="color:#000000;">, a RENAMO continuou os seus ataques a aldeias e infraestruturas sociais em Moçambique, semeando </span><a title="Mina terrestre" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mina_terrestre"><span style="color:#000000;">minas terrestres</span></a><span style="color:#000000;"> em várias estradas, principalmente nas regiões mais próximas das fronteiras com a Rodésia. Estas acções tiveram um enorme papel desestabilizador da economia, uma vez que não só obrigaram o governo a concentrar importances recursos numa máquina de guerra, mas principalmente porque levaram ao êxodo de muitos milhares de pessoas do campo para as cidades e para os países vizinhos, diminuindo assim a produção agrícola.<br />Com a independência do Zimbabwe, a RENAMO foi obrigada a mudar a sua base de apoio para a África do Sul, o que conseguiu com muito sucesso, tendo tido amplo apoio das forças armadas sul-africanas. Para além disso, estas forças ralizaram vários "raids" </span><a title="Terrestre" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Terrestre"><span style="color:#000000;">terrestres</span></a><span style="color:#000000;"> e aéreos contra </span><a title="Maputo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Maputo"><span style="color:#000000;">Maputo</span></a><span style="color:#000000;">, alegadamente para destruirem "bases" do </span><a title="Congresso Nacional Africano" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Congresso_Nacional_Africano"><span style="color:#000000;">ANC</span></a><span style="color:#000000;">. No entanto, o governo de Moçambique, que já tinha secretamente encetado negociações com o governo sul-africano e com a própria RENAMO, assinou em </span><a title="1983" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1983"><span style="color:#000000;">1983</span></a><span style="color:#000000;"> um acordo de "boa vizinhança" com aquele governo, que ficou conhecido como o </span><a title="Acordo de Nkomati" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_de_Nkomati"><span style="color:#000000;">Acordo de Nkomati</span></a><span style="color:#000000;">, segundo o qual o governo sul-africano se comprometia a abandonar o apoio militar à RENAMO, enquanto que o governo moçambicano se comprometia a deixar de apoiar os </span><a class="mw-redirect" title="Militante" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Militante"><span style="color:#000000;">militantes</span></a><span style="color:#000000;"> do ANC que se encontravam em Moçambique.<br />Em </span><a title="1986" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1986"><span style="color:#000000;">1986</span></a><span style="color:#000000;">, a RENAMO tinha já estabelecido uma base central na </span><a title="Gorongosa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gorongosa"><span style="color:#000000;">Gorongosa</span></a><span style="color:#000000;"> e expandido as acções militares para todas as províncias de Moçambique, contando ainda com o apoio do </span><a title="Malawi" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Malawi"><span style="color:#000000;">Malawi</span></a><span style="color:#000000;">, cujo governo tinha boas relações com o regime do apartheid. Nesta altura, a RENAMO tinha conseguido alcançar um dos seus objectivos estratégicos que consistiu em obrigar o governo a abandonar a sua política de "socialização do campo" através das </span><a class="new" title="Aldeias comunais (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Aldeias_comunais&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">aldeias comunais</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a class="new" title="Machambas estatais (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Machambas_estatais&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">machambas estatais</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Em vista dos problemas económicos que Moçambique atravessava, o governo assinou um acordo com o </span><a title="Banco Mundial" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Mundial"><span style="color:#000000;">Banco Mundial</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a class="mw-redirect" title="FMI" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/FMI"><span style="color:#000000;">FMI</span></a><span style="color:#000000;"> em </span><a title="1987" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1987"><span style="color:#000000;">1987</span></a><span style="color:#000000;">, que o obrigaram a abandonar completamente a política "</span><a title="Socialismo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo"><span style="color:#000000;">socialista</span></a><span style="color:#000000;">". A guerra, porém, só terminou em </span><a title="1992" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1992"><span style="color:#000000;">1992</span></a><span style="color:#000000;"> com o </span><a title="Acordo Geral de Paz" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Geral_de_Paz"><span style="color:#000000;">Acordo Geral de Paz</span></a><span style="color:#000000;">, assinado em </span><a title="Roma" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma"><span style="color:#000000;">Roma</span></a><span style="color:#000000;"> a </span><a class="mw-redirect" title="4 de Outubro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/4_de_Outubro"><span style="color:#000000;">4 de Outubro</span></a><span style="color:#000000;">, pelo Presidente da República, </span><a title="Joaquim Chissano" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Chissano"><span style="color:#000000;">Joaquim Chissano</span></a><span style="color:#000000;"> e pelo presidente da RENAMO, </span><a title="Afonso Dhlakama" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_Dhlakama"><span style="color:#000000;">Afonso Dhlakama</span></a><span style="color:#000000;">, depois de cerca de dois anos de conversações mediadas pela </span><a class="new" title="Comunidade de Santo Egídio (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Comunidade_de_Santo_Eg%C3%ADdio&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">Comunidade de Santo Egídio</span></a><span style="color:#000000;">, uma organização da </span><a class="mw-redirect" title="Igreja católica" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_católica"><span style="color:#000000;">igreja católica</span></a><span style="color:#000000;">, com apoio do governo </span><a title="Itália" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Itália"><span style="color:#000000;">italiano</span></a><span style="color:#000000;">.<br />Nos termos do Acordo, o governo de Moçambique solicitou o apoio da </span><a class="mw-redirect" title="ONU" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/ONU"><span style="color:#000000;">ONU</span></a><span style="color:#000000;"> para o desarmamento das tropas beligerantes. A </span><a class="new" title="ONUMOZ (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=ONUMOZ&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">ONUMOZ</span></a><span style="color:#000000;"> foi a força internacional que apoiou neste trabalho, que durou cerca de dois anos e que culminou com a formação dum exército unificado e com a organização das primeiras eleições gerais multipartidárias, em 1994.<br /></span><a id="O_PRE_ou_in.C3.ADcio_do_neoliberalismo_econ.C3.B3mico" name="O_PRE_ou_in.C3.ADcio_do_neoliberalismo_econ.C3.B3mico"></a><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#000000;">O PRE ou início do neoliberalismo económico<br /></span></strong><a class="image" title="Crystal Clear app xmag.png" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Crystal_Clear_app_xmag.png"></a><span style="color:#000000;">Ver artigo principal: </span><a title="Programa de Reestruturação Económica" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_Reestruturação_Económica"><span style="color:#000000;">Programa de Reestruturação Económica</span></a><span style="color:#000000;"><br />Com o objectivo de proteger o </span><a title="Poder de compra" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_de_compra"><span style="color:#000000;">poder de compra</span></a><span style="color:#000000;"> da maioria da população, o estado tinha fixado os </span><a title="Preço" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Preço"><span style="color:#000000;">preços</span></a><span style="color:#000000;"> dos </span><a title="Cesta básica" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cesta_básica"><span style="color:#000000;">produtos de primeira necessidade</span></a><span style="color:#000000;"> e as taxas de </span><a title="Câmbio" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Câmbio"><span style="color:#000000;">câmbio</span></a><span style="color:#000000;">. Como os termos de troca se foram deteriorando e, entretanto, a </span><a title="Guerra de desestabilização de Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_desestabilização_de_Moçambique"><span style="color:#000000;">guerra de desestabilização</span></a><span style="color:#000000;"> tinha já começado a fazer sentir os seus efeitos, o país viu-se sem </span><a title="Divisa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Divisa"><span style="color:#000000;">divisas</span></a><span style="color:#000000;"> para importar os </span><a class="mw-redirect" title="Bens de consumo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bens_de_consumo"><span style="color:#000000;">bens de consumo</span></a><span style="color:#000000;"> e as </span><a title="Matéria-prima" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Matéria-prima"><span style="color:#000000;">matérias primas</span></a><span style="color:#000000;"> necessárias para o funcionamento da </span><a title="Economia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia"><span style="color:#000000;">economia</span></a><span style="color:#000000;">. O </span><a title="Mercado negro" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_negro"><span style="color:#000000;">mercado negro</span></a><span style="color:#000000;">, tanto de bens de consumo, como de divisas, tinha tomado conta desta.<br />O governo de </span><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">Moçambique</span></a><span style="color:#000000;"> viu-se então obrigado a assinar acordos com o </span><a title="Banco Mundial" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Mundial"><span style="color:#000000;">Banco Mundial</span></a><span style="color:#000000;"> e </span><a class="mw-redirect" title="FMI" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/FMI"><span style="color:#000000;">FMI</span></a><span style="color:#000000;"> e lançar, em 1987, um “Progama de Reestruturação Económica”, mais conhecido pela sigla </span><a class="mw-redirect" title="PRE" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/PRE"><span style="color:#000000;">PRE</span></a><span style="color:#000000;">, que deveria modificar a política económica de Moçambique e relançar a </span><a title="Economia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia"><span style="color:#000000;">economia</span></a><span style="color:#000000;">. A primeira medida que o governo tomou foi a </span><a class="new" title="Desvalorização (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Desvaloriza%C3%A7%C3%A3o&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">desvalorização</span></a><span style="color:#000000;"> do </span><a title="Metical" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Metical"><span style="color:#000000;">Metical</span></a><span style="color:#000000;"> que, em cerca de dois anos atingiu mais de 1000%. Ao mesmo tempo, desindexou os preços dos bens de consumo, com excepção dos </span><a title="Combustível" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Combustível"><span style="color:#000000;">combustíveis</span></a><span style="color:#000000;"> (continuam até hoje, 2007, a ser indexados pelo governo) e do </span><a class="mw-redirect" title="Pescado" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pescado"><span style="color:#000000;">pescado</span></a><span style="color:#000000;">, considerados produtos estratégicos de consumo e </span><a title="Exportação" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Exportação"><span style="color:#000000;">exportação</span></a><span style="color:#000000;"> (o </span><a title="Camarão" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Camarão"><span style="color:#000000;">camarão</span></a><span style="color:#000000;">).<br />Em breve se seguiu o programa de </span><a title="Privatização" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Privatização"><span style="color:#000000;">privatização</span></a><span style="color:#000000;"> das empresas estatais e intervencionadas. Uma das medidas tendentes a evitar o empobrecimento generalizado foi a transformação de algumas empresas estatais e </span><a title="Banco" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco"><span style="color:#000000;">bancos</span></a><span style="color:#000000;"> em </span><a title="Sociedade anónima" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_anónima"><span style="color:#000000;">sociedades anónimas</span></a><span style="color:#000000;">, através da atribuição de </span><a class="new" title="Quota (página não existe)" href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Quota&action=edit&redlink=1"><span style="color:#000000;">quotas</span></a><span style="color:#000000;"> aos seus </span><a class="mw-redirect" title="Gestor" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gestor"><span style="color:#000000;">gestores</span></a><span style="color:#000000;">, ou mesmo a números maiores de </span><a class="mw-redirect" title="Funcionário" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Funcionário"><span style="color:#000000;">funcionários</span></a><span style="color:#000000;">. No entanto, a maior parte das empresas foram privatizadas segundo as regras do </span><a title="Banco Mundial" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Mundial"><span style="color:#000000;">Banco Mundial</span></a><span style="color:#000000;">, que era a instituição mentora deste programa.<br /></span><a id="O_Multipartidarismo" name="O_Multipartidarismo"></a><br /><span style="color:#000000;"><strong><span style="font-size:180%;">O Multipartidarismo<br /></span></strong>A </span><a title="Constituição" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Constituição"><span style="color:#000000;">Constituição</span></a><span style="color:#000000;"> de </span><a title="1990" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1990"><span style="color:#000000;">1990</span></a><span style="color:#000000;"> introduziu no sistema político </span><a title="Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique"><span style="color:#000000;">moçambicano</span></a><span style="color:#000000;"> a possibilidade da organização de </span><a title="Partido político" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_político"><span style="color:#000000;">partidos políticos</span></a><span style="color:#000000;"> que poderiam passar a participar na governação do País.<br />As primeiras </span><a title="Eleição" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Eleição"><span style="color:#000000;">eleições</span></a><span style="color:#000000;"> multipartidárias realizaram-se em </span><a title="1994" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1994"><span style="color:#000000;">1994</span></a><span style="color:#000000;">, com a participação de vários partidos. A </span><a class="mw-redirect" title="Frelimo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Frelimo"><span style="color:#000000;">Frelimo</span></a><span style="color:#000000;"> foi o partido mais votado, passando a ter maioria no </span><a title="Parlamento" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Parlamento"><span style="color:#000000;">parlamento</span></a><span style="color:#000000;"> e a constituir governo.<br /></span><a id="Ver_tamb.C3.A9m" name="Ver_tamb.C3.A9m"></a><br /></div><a class="image" title="Portal" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Flag-map_of_Mozambique.svg"></a><br /><br /><div><span style="color:#000000;"><strong><span style="font-size:180%;">Referências<br /></span></strong>UEM, Departamento de História, 1982. História de Moçambique Volume 1: Primeiras Sociedades Sedentárias e Impacto dos Mercadores. Cadernos TEMPO. Maputo.<br />UEM, Departamento de História, 1983. História de Moçambique Volume 2: Agressão Imperialista (1886-1930). Cadernos TEMPO. Maputo.<br />Hedges, D. 1999. História de Moçambique. Vol. 2: Moçambique no auge do colonialismo, 1930-1961. Livraria Universitária, Maputo.<br /></span></div><a class="image" title="Bandeira de Moçambique" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Flag-map_of_Mozambique.svg"></a>Leonel Dengohttp://www.blogger.com/profile/16232987446850009978noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-985384915924337237.post-36482023445223022612009-04-30T02:20:00.002-07:002009-05-28T01:41:02.579-07:00OS PLANOS DE FOMENTO E INDUSTRIALIZAÇÃO<strong>OS PLANOS DE FOMENTO E A INDUSTRIALIZAÇÃO</strong><br /><br /> A cumulação portuguesa e a economia Moçambicana até a II guerra mundial, estavam asseguradas, em Portugal, as condições internas para a repressão da luta de classes, garantindo assim, uma forte capital acumulada. A guerra veio por seu turno reforçar o processo de acumulação de capital da burguesia portuguesa.<br /><br /> A não participação na guerra, e o fluxo constante de divisas proveniente do comercio externo das colónias após a guerra a revolução industrial Portuguesa avançou com mais rapidez, embora Portugal continuasse a ser um país essencialmente agrário e analfabeto, a situação tendia para a concentração e o crescimento do poder do capital industrial e bancário.<br /><br />Este processo significa que o capital português se encontrasse um pouco mais capaz de fazer o que nos períodos anteriores, não tenha tido condições de fazer, nomeadamente investimentos governamentais na construção de infra-estruturas, como caminhos de ferro e obras dos portos.<br /><strong>OS PLANOS DE FOMENTO</strong><br />No período pós guerra o estado colonial promoveu a consolidação s infra estruturas de Manica e Sofala, cujo desenvolvimento permitiria a melhor exploração da zona.<br /> Em 1937, foi publicado um plano de fomento seria financiado pelos excedentes governamentais acumulados e pelas receitas dos portos e caminhos de ferro para o interior da ilha de Moçambique.<br /><br />Em 1946, foi autorizada a constituição da sociedade hidroeléctrica do Revué, os esquemas de irrigação do vale do Limpopo e do Umbeluzi, o caminho de ferro de Tete o desenvolvimento do porto de Nacala e algum investimento agrícola e rodoviário. A implantação do plano foi interrompido pela guerra mas, em 1947 concedeu a Moçambique um empréstimo de 10 milhões de libras para realizar alguns projectos na década 50, o primeiro e o segundo plano de fomento abrangendo os anos 1953-1958 e 1959-1964<br /><br /><strong>O PRIMEIRO PLANO DE FOMENTO (1953-1958)</strong><br />Previa investimento da ordem de 1.848.500 contos, dos quais vieram a ser realmente aplicados 1.661.28 assim distribuídos:<br />Caminhos de ferro 63%<br />Aproveitamento de recursos e povoamento 34%<br />Diversos 3%<br /><br />O plano não previa a atribuição de quaisquer verbas a obra principal deste plano foi a construção dos quase 300 quilómetros da linha férrea de Lourenço Marques a Malvérnia na fronteira com então Rodésia do Sul.<br /><br />O objectivo deste plano era aproveitar o crescente trafico da nova federação central Africana. Promover a imigração branca<br /><br /><br /><br /><strong>O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO COLONA</strong><br />Neste período esteve intimamente ligado a problema da proletarização progressiva do campesinato português devido a capitalização gradual do campo. O governo português pretendia formar uma camada de auxiliares leais, não só para o desenvolvimento económico das colónias, como também para a manutenção da autoridade colonial.<br /> O I plano de fomento contemplava “aproveitamento de recursos e povoamento da colónia” e assistência técnica e financeira. Os colonatos eram regiões de ordenamento e fixação desses colonos Europeus.<br /><br />O primeiro colonato foi criado no Vale do Limpopo, em 1954, tendo ali sido instaladas as primeiras 10 famílias oriundas de Portugal, na província de Manica criaram-se outros colonatos, no inicio dos anos sessenta foi criado o colonato de Nova Madeira. Estas colónias eram proibidas de utilizar mão-de-obra estranhas as suas famílias tinham que entregar ao estado.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><strong>O SEGUNDO PLANO DO FOMENTO(1959-1964)</strong><br />Surgiu na continuidade do primeiro, um plano de investimentos publicos e de alguns projectos.<br />Tinha os investimentos programados basicamente para os seguintes sectores:<br />ü Povoamento, com o prosseguimento da obra do colonato do limpopo, e novos programas para a fixação de colonos, para as culturas de tabaco e cha,<br />ü Comunicação e transporte,<br />ü Aproveitamento de recursos, concretamente, no fomento agrário, florestal, pecuário, hidro-agricola, e hidroéletrico,<br />ü Conhecimento cientifico do território, com estudos a realizar no que se refere a cartografia geral e estudos geológicos (mineiros e pedológico)<br /><br />Era um plano que visava essencialmente no fomento de produção e do povoamento e continuava a não contemplava a industria.<br /><br /><strong>FOMENTO INDUSTRIAL</strong><br /> A industrialização de Moçambique, neste período, foi ainda severamente limitada pelas restrições impostas por Portugal em beneficio das suas próprias industrias no entanto, desde finais da II Guerra Mundial, tinha se criado um clima favorável para intensificação da produção incluindo a transformação de culturas agrícolas em especial, o algodão, açúcar, e cha, a madeira, as rosas e o tabaco, isto é, matérias primas de mercadorias nao produzidas em Portugal. Este período é dominado pela agro-industria de exportação.<br /> O aproveitamento industrial da semente do algodão foi a partir de 1946, pala companhia Luso-Belga, e verificaram-se avanços na transformação de outras aleaginais como a copra. Dos produtos derivados transformados começaram a destacar-se: o oleo refinado, o tabaco, o sabão, os ácidos gordos e fibrilha. No que diz respeito ao caju uma única fabrica de descasque foi construída neste período, alias, outras industrias de estabelecidas, como o cimento.<br />Iniciaram as industrias de vestuário 1951, de fiação e tecelagem de juta em 1951 e moagem de algodão em 1952.A maior parte das industrias localizavam-se em Lourenço Marques. Após uma alteração no regime industrial, em 1954 ficaram isentas de restrições diversas industrias, as industrias de vestuário de Cairo e peles, de mobiliário, alimentares de reparação de veículos e material eléctrico, de solduras e outras industrias manuais.<br /><br />O crescimento do sector industrial após 1955 pode ser avaliado com maior profundidade pela evolução dos índices de produção e investimento de capitais.<br /><br /><br /><br /><strong>O TERCEIRO PLANO DE FOMENTO</strong><br /><br />Conhecido como plano intercolar de fomento, preconizava a continuidade dos planos anteriores e a aceleracao do crescimento de produção nacional.<br /> Este plano foi equilibrar o rendimento nacional. O III plano ocupa-se do povoamento humano nas seguintes regiões:<br />1. povoamento do Limpopo<br />2. povoamento de Revué<br />3. povoamento baseado na cultura de chá<br />4. povoamento baseado na cultura do chá<br /><br /><br /><br /><br /><br /><strong>OBJECTIVOS DE PLANOS DE FOMENTO</strong><br />A partir da década 50, o governo colonial deu novo impulso para poder explorar sistematicamente os recursos dos territórios, estabelecer famílias portuguesas e regular o movimento dos trabalhos Africanos incluindo a disciplina e protecção dos trabalhadores imigrantes.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">FONTES:</span></strong><br /><strong>História de Moçambique.2ª Edição. Maputo 1991. Universidade Eduardo Mondlane<br />12ª classe. Carlos Serra. Moçambique e sua história. 1ª Edição, Maputo, Moçambique departamento de História</strong>Leonel Dengohttp://www.blogger.com/profile/16232987446850009978noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-985384915924337237.post-29103141954856609092009-04-30T02:20:00.001-07:002009-04-30T02:20:19.929-07:00cLeonel Dengohttp://www.blogger.com/profile/16232987446850009978noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-985384915924337237.post-9883742141659145522009-04-30T02:19:00.000-07:002009-04-30T02:20:07.026-07:00bLeonel Dengohttp://www.blogger.com/profile/16232987446850009978noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-985384915924337237.post-85011878610564620572009-04-30T02:18:00.001-07:002009-04-30T02:18:42.664-07:00aLeonel Dengohttp://www.blogger.com/profile/16232987446850009978noreply@blogger.com0