OS PLANOS DE FOMENTO E INDUSTRIALIZAÇÃO

OS PLANOS DE FOMENTO E A INDUSTRIALIZAÇÃO

A cumulação portuguesa e a economia Moçambicana até a II guerra mundial, estavam asseguradas, em Portugal, as condições internas para a repressão da luta de classes, garantindo assim, uma forte capital acumulada. A guerra veio por seu turno reforçar o processo de acumulação de capital da burguesia portuguesa.

A não participação na guerra, e o fluxo constante de divisas proveniente do comercio externo das colónias após a guerra a revolução industrial Portuguesa avançou com mais rapidez, embora Portugal continuasse a ser um país essencialmente agrário e analfabeto, a situação tendia para a concentração e o crescimento do poder do capital industrial e bancário.

Este processo significa que o capital português se encontrasse um pouco mais capaz de fazer o que nos períodos anteriores, não tenha tido condições de fazer, nomeadamente investimentos governamentais na construção de infra-estruturas, como caminhos de ferro e obras dos portos.
OS PLANOS DE FOMENTO
No período pós guerra o estado colonial promoveu a consolidação s infra estruturas de Manica e Sofala, cujo desenvolvimento permitiria a melhor exploração da zona.
Em 1937, foi publicado um plano de fomento seria financiado pelos excedentes governamentais acumulados e pelas receitas dos portos e caminhos de ferro para o interior da ilha de Moçambique.

Em 1946, foi autorizada a constituição da sociedade hidroeléctrica do Revué, os esquemas de irrigação do vale do Limpopo e do Umbeluzi, o caminho de ferro de Tete o desenvolvimento do porto de Nacala e algum investimento agrícola e rodoviário. A implantação do plano foi interrompido pela guerra mas, em 1947 concedeu a Moçambique um empréstimo de 10 milhões de libras para realizar alguns projectos na década 50, o primeiro e o segundo plano de fomento abrangendo os anos 1953-1958 e 1959-1964

O PRIMEIRO PLANO DE FOMENTO (1953-1958)
Previa investimento da ordem de 1.848.500 contos, dos quais vieram a ser realmente aplicados 1.661.28 assim distribuídos:
Caminhos de ferro 63%
Aproveitamento de recursos e povoamento 34%
Diversos 3%

O plano não previa a atribuição de quaisquer verbas a obra principal deste plano foi a construção dos quase 300 quilómetros da linha férrea de Lourenço Marques a Malvérnia na fronteira com então Rodésia do Sul.

O objectivo deste plano era aproveitar o crescente trafico da nova federação central Africana. Promover a imigração branca



O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO COLONA
Neste período esteve intimamente ligado a problema da proletarização progressiva do campesinato português devido a capitalização gradual do campo. O governo português pretendia formar uma camada de auxiliares leais, não só para o desenvolvimento económico das colónias, como também para a manutenção da autoridade colonial.
O I plano de fomento contemplava “aproveitamento de recursos e povoamento da colónia” e assistência técnica e financeira. Os colonatos eram regiões de ordenamento e fixação desses colonos Europeus.

O primeiro colonato foi criado no Vale do Limpopo, em 1954, tendo ali sido instaladas as primeiras 10 famílias oriundas de Portugal, na província de Manica criaram-se outros colonatos, no inicio dos anos sessenta foi criado o colonato de Nova Madeira. Estas colónias eram proibidas de utilizar mão-de-obra estranhas as suas famílias tinham que entregar ao estado.






O SEGUNDO PLANO DO FOMENTO(1959-1964)
Surgiu na continuidade do primeiro, um plano de investimentos publicos e de alguns projectos.
Tinha os investimentos programados basicamente para os seguintes sectores:
ü Povoamento, com o prosseguimento da obra do colonato do limpopo, e novos programas para a fixação de colonos, para as culturas de tabaco e cha,
ü Comunicação e transporte,
ü Aproveitamento de recursos, concretamente, no fomento agrário, florestal, pecuário, hidro-agricola, e hidroéletrico,
ü Conhecimento cientifico do território, com estudos a realizar no que se refere a cartografia geral e estudos geológicos (mineiros e pedológico)

Era um plano que visava essencialmente no fomento de produção e do povoamento e continuava a não contemplava a industria.

FOMENTO INDUSTRIAL
A industrialização de Moçambique, neste período, foi ainda severamente limitada pelas restrições impostas por Portugal em beneficio das suas próprias industrias no entanto, desde finais da II Guerra Mundial, tinha se criado um clima favorável para intensificação da produção incluindo a transformação de culturas agrícolas em especial, o algodão, açúcar, e cha, a madeira, as rosas e o tabaco, isto é, matérias primas de mercadorias nao produzidas em Portugal. Este período é dominado pela agro-industria de exportação.
O aproveitamento industrial da semente do algodão foi a partir de 1946, pala companhia Luso-Belga, e verificaram-se avanços na transformação de outras aleaginais como a copra. Dos produtos derivados transformados começaram a destacar-se: o oleo refinado, o tabaco, o sabão, os ácidos gordos e fibrilha. No que diz respeito ao caju uma única fabrica de descasque foi construída neste período, alias, outras industrias de estabelecidas, como o cimento.
Iniciaram as industrias de vestuário 1951, de fiação e tecelagem de juta em 1951 e moagem de algodão em 1952.A maior parte das industrias localizavam-se em Lourenço Marques. Após uma alteração no regime industrial, em 1954 ficaram isentas de restrições diversas industrias, as industrias de vestuário de Cairo e peles, de mobiliário, alimentares de reparação de veículos e material eléctrico, de solduras e outras industrias manuais.

O crescimento do sector industrial após 1955 pode ser avaliado com maior profundidade pela evolução dos índices de produção e investimento de capitais.



O TERCEIRO PLANO DE FOMENTO

Conhecido como plano intercolar de fomento, preconizava a continuidade dos planos anteriores e a aceleracao do crescimento de produção nacional.
Este plano foi equilibrar o rendimento nacional. O III plano ocupa-se do povoamento humano nas seguintes regiões:
1. povoamento do Limpopo
2. povoamento de Revué
3. povoamento baseado na cultura de chá
4. povoamento baseado na cultura do chá





OBJECTIVOS DE PLANOS DE FOMENTO
A partir da década 50, o governo colonial deu novo impulso para poder explorar sistematicamente os recursos dos territórios, estabelecer famílias portuguesas e regular o movimento dos trabalhos Africanos incluindo a disciplina e protecção dos trabalhadores imigrantes.

FONTES:
História de Moçambique.2ª Edição. Maputo 1991. Universidade Eduardo Mondlane
12ª classe. Carlos Serra. Moçambique e sua história. 1ª Edição, Maputo, Moçambique departamento de História

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